Presidente argentino minimiza obstáculos judiciais e políticos às suas reformas
O Presidente da Argentina, Javier Milei, minimizou hoje os obstáculos judiciais e políticos impostos às reformas que já começou a realizar, incluindo o decreto que incentiva a desregulamentação económica, noticiou a imprensa internacional.
Javier Milei afirmou, numa entrevista a uma rádio local, que "tudo vai dar certo", independente dos contratempos que estejam a surgir neste momento, nomeadamente nos campos da justiça e da política.
"Os jogos [de futebol] duram 90 minutos, só terminam com o apito final", acrescentou.
Estas declarações surgem um dia após a Câmara Nacional do Trabalho, o principal tribunal do trabalho do país, suspender parte do decreto de Milei que trata da reforma trabalhista, enquanto crescem as dúvidas sobre o rumo que irão tomar as suas propostas no Congresso argentino.
Milei afirmou que "não fazer nada" ou continuar "a fazer o mesmo" é "infinitamente pior" para a Argentina.
O Presidente prometeu, em declarações recolhidas pela agência de notícias Télam, "trabalhar incansavelmente para evitar a crise".
"Não quero uma Argentina com 98% de pobres e a metade de indigentes", sublinhou Milei, admitindo, no entanto, que os resultados das suas reformas não serão visíveis imediatamente, mas daqui a 15 anos, quando espera ver a Argentina como um dos "países mais ricos do mundo".
O Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) lançado por Milei inclui cerca de 300 leis e visa desregulamentar a economia, nomeadamente através da aplicação do estado de emergência pública e económica até 31 de dezembro de 2025, da modificação do mercado de trabalho e dos seguros de saúde, da revogação da lei do arrendamento e da privatização das empresas públicas, entre outras medidas.
O Governo já anunciou na quarta-feira que vai recorrer da suspensão imposta pela Câmara Nacional do Trabalho.