Sá e Cunha defende mais juízes a proceder ao interrogatório em processos complexos
Só ao oitavo dia após a detenção, um dos três arguidos começou a ser ouvido pelo juiz
Chegada de provas, requerimentos, retificações e leituras são justificações para o atraso
"Um processo a várias mãos". É o que defende o advogado Paulo de Sá e Cunha para os casos de grande complexidade de forma a garantir celeridade no interrogatório dos arguidos e na aplicação das medidas de coação.
O advogado falava à saída do Tribunal Central de Investigação Criminal, onde passou esta quarta-feira, 31 de Janeiro, mais um longo dia a aguardar o início do primeiro interrogatório judicial dos três arguidos detidos no âmbito do processo de alegada corrupção na Região Autónoma da Madeira.
A fase de perguntas e respostas apenas arrancou ao final de uma semana desde a detenção e na quinta sessão no Tribunal. Perante o tempo excessivo, o defensor de Pedro Calado, um dos investigados, afirma que "uma boa solução seria que nestes processos existissem mais juízes de instrução para proceder aos interrogatórios".
"Destacando juízes para interrogar cada um dos arguidos, com certeza, que isto seria muitíssimo mais rápido do que é", sugeriu.
Segundo o representante do ex-vice-presidente do Governo Regional, durante 11 horas foram tratadas "questões processuais, tudo no respeito pelos formalismos legais".
"No processo penal, nunca há excesso de zelo", considerou, afirmando que, no seu entender, "todos os sujeitos processuais se têm esforçado para dar o seu melhor e para não empatar de maneira nenhuma o curso da diligência".
Chegada de provas, requerimentos, retificações e leituras são algumas das justificações conhecidas para o atraso do processo.