Alemanha, Países Baixos e Polónia anunciam corredor militar europeu
A Alemanha, os Países Baixos e a Polónia anunciaram hoje um acordo para criar um corredor militar na União Europeia (UE), com o propósito de facilitar a movimentação de militares para a eventualidade de um conflito.
O alto-representante da UE para a Política de Segurança, Josep Borrell, insistiu na ideia na terça-feira e hoje os três país -- dois no 'coração' do bloco comunitário e um dos mais próximos da Rússia -- anunciaram o acordo, em estreita colaboração com a UE e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
"É necessário um espaço Schengen militar para transportar soldados e equipamentos militares com rapidez e eficácia", disse a ministra da Defesa dos Países Baixos, Kajsa Ollongren, em Bruxelas, depois de anunciada a parceria com Berlim e Varsóvia.
O reforço da UE na área da Defesa é um dos assuntos da reunião informal de hoje dos ministros com esta pasta.
A Alemanha vai ser o ponto logístico desta parceria tripartida.
A União Europeia voltou a abordar a questão de uma aliança de Defesa e segurança europeia, em cooperação com a NATO, mas independente, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2024.
O principal problema dos 27 é recuperar de décadas de desinvestimento nesta área.
A Aliança Atlântica, que a maioria dos países que também estão na UE, estabeleceu como objetivo mínimo 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em Defesa, mas vários países continuam abaixo, como Portugal.
Em simultâneo, a UE está confrontada com a incapacidade de entregar munições de artilharia à Ucrânia em tempo útil.
A entrega de um milhão de munições de 155 milímetros, anunciada há praticamente um ano e com prazo até ao final de março de 2024, falhou e quaisquer encomendas feitas entretanto só chegarão ao território ucraniano em 2025.
Josep Borrell tinha alertado que os 27 têm de assegurar que não há fronteiras encerradas na eventualidade de um conflito em território da UE e que era necessário contemplar um cenário em que os militares são transportados rapidamente de um lado do bloco comunitário para o outro.
Para isso era necessário perceber os melhores acessos para transportar soldados e equipamentos e reforçar as infraestruturas.