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Madeira

Menos água captada em 2022, mas com aumento de distribuição na rede pública

Dados referentes às Estatísticas Regionais do Ambiente

Foto Arquivo/Aspress
Foto Arquivo/Aspress

No ano de 2022 "foram captados na Região Autónoma da Madeira (RAM) 53,7 milhões de metros cúbicos de água (58,5 milhões de m3 em 2021) pelas entidades gestoras de serviços públicos de abastecimento de água", enquanto que no mesmo período "a água distribuída na Região através da rede pública rondou os 21,2 milhões de m3, +9,7% que em 2021", informa a Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM), na mais recente divulgação das Estatísticas Regionais do Ambiente.

Da água distribuída, 63,4% "destinou-se ao sector doméstico, percentagem inferior à de 2021 (70,4%)", sendo que "em termos municipais, o Funchal concentrou o maior volume de água distribuída, cerca de 47,5% do total da Região (10,1 milhões de m3), o que se justifica pelo peso populacional e pela concentração da atividade económica neste município", explica a DREM.

Quatro municípios com 100% de qualidade das águas do mar

Noutros indicadores, realça que nesse ano "foi atribuída bandeira azul a 16 praias na RAM, igual valor ao de 2021", mas "em termos de qualidade das águas balneares, das 59 que foram analisadas, 50 foram classificadas de excelentes, 4 de boas, 1 de má, existindo 4 praias sem classificação", com 100% de aproveitamento "nos municípios da Calheta, Ponta do Sol, Porto Moniz, Santana e São Vicente", onde "a totalidade das águas balneares monitorizadas foram classificadas de excelentes".

Menos lixo, mas mais enviado para reciclagem 

No que à produção global de resíduos em 2022, esta "decresceu para 238,8 mil toneladas, valor inferior em 9,8 mil toneladas comparativamente ao ano precedente", tendo em conta que "esta diminuição de 3,9% é fundamentalmente explicada pela redução verificada na deposição de inertes na ilha da Madeira, que passou de 79,4 para 59,9 mil toneladas entre 2021 e 2022, traduzindo uma quebra de 24,5%. Uma parte substancial da produção global está relacionada com os resíduos encaminhados para a Estação de Tratamento de Resíduos da Meia Serra. Na referida estação, a incineração, processo de tratamento dominante (91,7% do total), cresceu 5,8% face ao ano precedente, destacando-se ainda o aumento do aterro sanitário (+16,3%). No que respeita aos resíduos alvo de reciclagem ou enviados para fora da Região com esse propósito, os mesmos ascenderam às 35,9 mil toneladas (+14,5% que em 2021). De notar ainda, que, em 2022, o número de ecopontos na Região totalizava 1.756, +2,5% que no ano precedente", sinaliza como dados positivos.

Despesa pública em queda

Quanto à "despesa consolidada da Administração Regional da RAM em gestão e proteção do ambiente, no ano em análise, fixou-se em 10,9 milhões de euros. Daquele total, 74,2% foi canalizado para o domínio da 'Biodiversidade e paisagens' (79,5% em 2021)", ou seja uma redução de 5,3 pontos percentuais.

Despesas dos bombeiros aumentam

No mesmo ano, "as 10 corporações de bombeiros existentes na Região contavam com 723 efetivos, que prestaram cerca de 51,3 mil serviços (+10,4% face a 2021), na sua larga maioria (66,6%) relacionados com a área da saúde/pré-hospitalar. No ano em análise, os gastos das corporações de bombeiros rondaram os 13,7 milhões de euros, +3,5 % relativamente a 2021, sendo que daquele total 83,8% diziam respeito a gastos com pessoal (82,1% em 2021)", frisa.

Sobre esta classe, diz a DREM que "o bombeiro na RAM caracteriza-se por ser maioritariamente do sexo masculino (86,7%), com idade compreendida entre os 26 e os 50 anos (64,2%), possui o ensino secundário (52,7%) e opera em regime profissional (56,0%)".

Mais chuva, mas clima mais quente

"No domínio da meteorologia, em 2022, a quantidade de precipitação foi superior à do ano precedente, quer no Funchal (551,2 mm em 2022 contra 861,8 mm em 2021), quer no Porto Santo (464,5 mm em 2022 contra 519,9 mm em 2021)", resume. Mas "no que diz respeito às temperaturas, no Funchal, a média das temperaturas máximas, em 2022, foi de 23,5ºC, o mesmo valor de 2021, enquanto no caso das mínimas, a média foi de 17,8ºC (17,6ºC em 2021). Informação detalhada sobre esta temática pode ser obtida no portal da DREM, na área estatística do Território", sinaliza.

Melhor qualidade do ar, mas...

Já os dados "sobre a qualidade do ar mostram que a proporção de observações, para a aglomeração do Funchal, que registaram um resultado de 'Muito Bom' ou 'Bom' subiu para 48,2% (38,1% em 2021). Por sua vez, as observações classificadas com uma qualidade 'Média' baixaram para 44,1% (60,0% em 2021). 7,7% das observações apresentaram uma avaliação qualitativa negativa de 'Fraco' ou 'Mau' (1,9% em 2021)", evidencia, pela negativa.

Mais incêndios, menos área ardida

Por fim, "de assinalar ainda em 2022 a ocorrência de 49 incêndios florestais (+5 que no ano precedente), que consumiram uma área de 86 hectares (72 hectares em 2021), dos quais 55 hectares de povoamentos florestais (64,0% do total)", sendo "de sublinhar que a área ardida em 2022 foi a segunda mais baixa desde o início da série disponível na DREM (ano de 2006), apenas depois de 2021. Os incêndios neste ano ocorreram em 9 dos 11 municípios da Região, sendo os municípios da Ribeira Brava (15 incêndios), Calheta (9) e de Machico (7) que contabilizaram mais episódios desta natureza. O Funchal e Porto Santo não registaram qualquer ocorrência. Em termos de área ardida, a Calheta foi município da RAM mais afetado, com 37 hectares de superfície afetada (43,2% face ao total)", conclui.