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Investigação Judicial Madeira

Advogado de Calado censura exagero e sensacionalismo sobre apreensões da PJ

Paulo Sá e Cunha critica os media que pretendem "intoxicar a opinião pública com informação imprecisa"

Edifício B do Campus de Justiça, onde os três arguidos são ouvidos pelo juiz de instrução criminal 
Edifício B do Campus de Justiça, onde os três arguidos são ouvidos pelo juiz de instrução criminal , Foto MP

Pedro Calado não deverá ser interrogado hoje pelo juiz de instrução criminal

O advogado de Pedro Calado censurou esta quarta-feira, 31 de Janeiro os "títulos sensacionalistas de um exagero extremo" que acabam por "intoxicar a opinião pública com informação imprecisa".

À entrada do Tribunal Central de Investigação Criminal, onde pelo menos um dos três arguidos será hoje ouvido pelo juiz de instrução criminal em primeiro interrogatório judicial, Paulo Sá e Cunha comentou a reportagem da CNN Portugal sobre as apreensões da Polícia Judiciária na casa e no escritório de Pedro Calado, ex-vice-presidente do Governo Regional e agora presidente demissionário da Câmara do Funchal. 

As notícias ontem divulgadas dão "uma ideia das coisas que não correspondem a realidade" disse, lembrando que as provas do Ministério Público são "assentes em factos que têm de estar claramente demonstrados". 

São ilações, insinuações, conclusões precipitadas e portanto tudo isso é muito mau. Sá e Cunha

Sobre a garantia do director nacional da Polícia Judiciária de que "não houve fuga de informação", Paulo Sá e Cunha atenta que a verdade é que a informação tem vindo a público.

"Acredito sempre no que diz o senhor director da PJ, mas quando olho para o lado vejo fugas de informação, não sei como saem mas que saem, saem (...) é lamentável".

Os três arguidos detidos no âmbito do processo de alegada corrupção na Madeira são hoje presentes ao juiz para primeiro interrogatório judicial. A sessão estava marcada para as 9h30, mas sabe-se que até agora (10h15) não terão começado. 

O momento das perguntas e respostas deverá ter início hoje, uma semana após as detenções. A espera interminável será hoje atenuada, pelo menos para Custódio Correia. Conforme o DIÁRIO tem vindo a noticiar nos últimos dias, o primeiro arguido a ser ouvido deverá ser o CEO da Socicorreia, seguido do empresário líder do grupo madeirense AFA, Avelino Farinha, e por último o ex-vice-presidente do Governo Regional, Pedro Calado.

O juiz de instrução criminal Jorge Bernardes de Melo, que está a conduzir o processo atribuído por sorteio, vai aplicar as medidas de coacção após a conclusão do primeiro interrogatório judicial. O advogado do autarca demissionário do Funchal previa, ontem, que tal poderia acontecer no final desta semana, - sexta-feira -, uma estimativa que poderá ser alterada tendo em conta os sucessivos atrasos no início da fase de inquérito. A verdade é que não existe um tempo máximo estabelecido por lei para o fim do interrogatório, pelo que o processo poderá demorar dias, semanas e até mesmo meses.

Face à complexidade do caso e a quantidade de evidências a serem apresentadas, a previsão é de que o interrogatório demore várias horas por arguido.

Pedro Calado, Avelino Farinha e Custódio Correia vão permanecer sob medida restritiva da liberdade até que o primeiro interrogatório judicial esteja concluído. O estabelecimento prisional anexo às instalações da PJ será a ‘morada’ dos investigados até que sejam conhecidas as medidas de coacção.