Lula da Silva alerta para 'fake news' e extrema-direita a crescer incluindo em Portugal
O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, alertou hoje sobre o impacto das 'fake news', ou informações falsas, e o crescimento da extrema-direita no mundo, incluindo em Portugal, falando numa Conferência Nacional de Educação.
"Vivemos a história das 'fake news'. Sabemos inclusive o que ela está a criar de violência na cabeça dos nossos adolescentes, o que é o 'bullying' feito, todo o santo dia, pelas redes sociais (...) Nós estamos a perder a nossa condição de seres humanistas, fraternos, solidários e estamos a ficar reféns dos algoritmos", afirmou Lula da Silva.
"Essa é uma geração que nasce numa experiência que eu não vivi. Por isso, a democracia corre mais riscos, por isso vemos a extrema-direita crescer em vários lugares do mundo, não apenas na América Latina, na Argentina, no Brasil, vemos crescer na Holanda, na Espanha, em Portugal, nos Estados Unidos, na Hungria, na França e em vários outros países," acrescentou.
O Presidente brasileiro e fundador do Partido dos Trabalhadores (PT), de esquerda e que se contrapõe à extrema-direita brasileira liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, avaliou que há o crescimento de uma extrema-direita irresponsável "que mente cada dia sobre tudo e que utiliza a boa-fé religiosa do povo, a espiritualidade do povo para fazer política".
No evento, que reuniu pessoas ligadas ao segmento da educação e teve como tema central a elaboração de um novo plano nacional para a educação no país sul-americano, Lula da Silva disse que o uso de recursos públicos neste setor não é gasto, mas sim investimento.
"Gastar vai ser quando eu não investir nessas crianças, e tiver que tirá-las depois das drogas, do narcotráfico, do crime organizado. Enquanto eu estiver a construir salas de aula, enquanto eu estiver a pagar um estímulo para aquele jovem estudar, eu tenho a certeza que tudo isso é investimento", sublinhou.
O Presidente brasileiro também criticou as políticas implantadas pelo Governo Bolsonaro na área da educação, afirmando que o ex-presidente não gostava da educação pública já que o seu objetivo era militarizar as escolas.