Alberto João Jardim critica "beijo de judas" do CDS
Ex-presidente do Governo Regional defende eleições antecipadas na Madeira
Histórico dirigente do PSD-Madeira recusa-se em lançar nomes para a liderança o partido.
Rui Barreto pediu a demissão imediata de Miguel Albuquerque e não demorou muito até que Alberto João Jardim comentasse a "tontice" do líder do CDS-Madeira.
No seu espaço de comentário quinzenal, na RTP-Madeira, o ex-presidente do Governo Regional fala em "beijo de judas" dos centristas e até assumiu que a posição do parceiro de coligação consegue ainda ser mais irresponsável do que o próprio PAN.
O CDS entrou numa de brincar aos partidos. Eu acho que não foi correta a posição do CDS. Primeiro, porque o próprio Dr. Miguel Albuquerque arrestou com muita oposição dentro do seu partido pelo facto de ter sempre sido leal e fiel à coligação CDS. Portanto, não se fazia isto. Isto é um beijo de Judas. Não se fazia isto (...) A posição do CDS consegue ser mais irresponsável que o PAN e o JPP - em que ambos disseram sim senhor, nós temos que garantir que vai haver um orçamento e depois também vão lá às suas eleições. Alberto João Jardim
Barreto quer demissão de Albuquerque com “efeito imediato”
O líder do CDS-PP/Madeira deu uma conferência de imprensa, ao início desta noite, para ler um comunicado em que pede que a demissão de Miguel Albuquerque, apresentada esta manhã ao Representante da República, tenha “efeito imediato”.
Alberto João Jardim que defende igualmente eleições antecipadas na Madeira. "No meu entender tem que haver eleições. Se no caso do António Costa defendi eleições lá, defendo eleições agora", mencionou, sublinhando que o PSD "não pode ter medo do voto popular".
"O PSD não pode dar qualquer imagem de ter receio do voto popular. Portanto, se o PSD não tem receio do voto e não tem de certeza, o PSD tem que ir a eleições. A única coisa que aqui é preciso é o seguinte: o presidente da República tem que fazer a mesma coisa que fez para o PS, em Lisboa. Tem que dar tempo para o PSD encontrar novos dirigentes, apresentar outras caras. O PSD continua a ter o que há de melhor na região em quadros e o PSD voltará a ser outra vez um partido fortemente popular", perspectivou.
Nós estamos num fim de ciclo. O meu ciclo terminou em 2015. Neste momento, 2024, termina o ciclo político daquele grupo chamado 'Renovação'. E a política é assim. Tivemos os nossos ciclos, terminaram, vamos em frente. Alberto João Jardim
Como tal, Alberto João Jardim defende um governo de gestão, chefiado pelo próprio Miguel Albuquerque, isto até que Marcelo Rebelo de Sousa possa se pronunciar deliberadamente sobre o que fazer na Madeira - uma vez que está impedido até 24 de Março. Por isso, o ex-governante entende que não faz sentido falar em hipotéticos substitutos que estarão a prazo.
Um novo Governo implica cair o Orçamento, a não ser que depois tenha a lata de dizer que está aqui um novo Orçamento (...) mas quem é que ia para o Governo numa situação destas? Só para dizer que foi Presidente do Governo? Já vi tudo aqui na Madeira. E a falta de juízo que vai por aí...eu já nem sei em qual dos bichos vou jogar no jogo do bicho. Alberto João Jardim
Abre-se agora um vazio nas hostes social-democratas, mas o histórico dirigente do PSD-Madeira não se aventura em lançar nomes para a liderança o partido. "Recuso-me. Recuso-me. Recuso-me, até porque se se consumasse isso hoje eu ia opor-me directamente, porque eu discordo de presidências bicéfalas, de haver um presidente no partido e um presidente do Governo", defendeu.
AJJ que também foi questionado sobre a investigação em curso e os alegados pactos de corrupção entre governantes e empresários. E isto porque o Ministério Público estará a investigar concursos do Governo da Madeira durante a sua presidência.
Investigação também visa concursos do Governo Regional com o Grupo AFA na presidência de Jardim
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Podem vir à vontade, nunca tive receio nem problemas nenhuns. Aliás eu fui investigado, não sei quantas vezes, nos meus governos. Agora, me convidar para almoçar e jantar não é crime, que eu saiba, até porque eu também tenho interesse em ouvir a opinião dos empresários. Alberto João Jardim
"Sabe porquê que eu gostava muito das inaugurações? Toda aquela festa e aquela farra - e depois de mais um copinho aqui, mais outro copinho ali, as pessoas abriam-se mais, havia um certo à vontade, e eu ouvia coisas que a classe política não me contava, que outra gente não me contava, mas eu ali ouvia as coisas, portanto, o contacto que as pessoas não tem mal de nenhum, e até é necessário o contacto com os empresários para saber o que se passa no meio empresarial", sublinhou.