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Investigação Judicial Madeira

Sérgio Marques reage com "espanto" à posição do CDS

"Não consigo vislumbrar, a esta distância, outra alternativa que não passe pela marcação de eleições regionais antecipadas", diz o ex-deputado do PSD-M na Assembleia da República

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O ex-deputado do PSD-M na Assembleia da República, Sérgio Marques, diz que "é com grande espanto" que observa, da parte do partido que faz coligação governativa com o PSD, a exigência da demissão imediata de Miguel Albuquerque e de todo o elenco governativo.

Barreto quer demissão de Albuquerque com “efeito imediato”

O líder do CDS-PP/Madeira deu uma conferência de imprensa, ao início desta noite, para ler um comunicado em que pede que a demissão de Miguel Albuquerque, apresentada esta manhã ao Representante da República, tenha “efeito imediato”.

O que significaria, conforme refere através de uma publicação no Facebook, "uma pouco responsável queda do Orçamento Regional, com todas as consequências que advém de adiar mais alguns meses um instrumento fundamental para a aplicação das verbas do PRR e do Quadro Comunitário 20-30". 

No seu entender, esta posição "seria a todos títulos desastrosa, não cuidando do interesse público e, já agora, partidário". 

"Tendo o PSD eleições directas este ano, tal manobra mais não seria do que adiar o problema alguns meses. Um líder governativo, mas não partidário, que emana numa situação de desconfiança, suspeição e caos político generalizado, terá uma fragilidade ainda maior do que já é habitual numa situação de recurso. Posso afirmar que terá um fragilidade inédita. Uma vida breve e atribulada", acrescenta na mesma publicação. 

Sérgio Marque refere que "as eleições, mesmo as legislativas, são cada vez mais personalizadas".

Os eleitores escolhem um líder de governo. E não conheço quem tenha conseguido aguentar no cargo mais do que alguns meses, mesmo em situação muito mais favorável do que a presente, na condição de líder de recurso".  Sérgio Marques 

Diz compreender que "para qualquer partido nesta circunstância, não apenas o PSD ou o CDS, pareça mais simples tentar manter a situação. Tentar resistir". Mas, conforme fez questão de afirmar, "tal atitude apenas ajudaria a degradar, ainda mais, a imagem junto à nossa população, apresentando-nos alapados ao poder, funcionando como combustível para todas as ameaças populistas, extremistas e demagogas que bem conhecemos".

Contribuiriamos para degradar ainda mais a imagem do partido junto dos seus parceiros mais fiéis e confiáveis: os madeirenses".  Sérgio Marques 

E prossegue: "Não consigo vislumbrar, a esta distância, outra alternativa que não passe pela marcação de eleições regionais antecipadas, dando o Sr. Presidente da República tempo ao PSD para se reorganizar em eleições internas, que facilitarão ao meu partido a possibilidade de encontrar um líder expurgado de suspeições, e devidamente legítimado, escolhido pelos militantes, como se impõe, e não por uma pequena cúpula partidária, para concorrer a umas Legislativas Regionais onde o principal adversário, líder do PS, tem a mácula de igualmente impenderem sobre si suspeições de corrupção. De preferência num processo interno pacífico, unificador e sereno, ao contrário do que aconteceu em 2014, onde era imperioso um debate alargado, vibrante, renovador, após uma longa presidência de mais de 30 anos". 

Sublinha ainda que é "um defensor acérrimo do princípio da presunção de inocência", tal como defende que "todas as responsabilidades sejam apuradas, sem o aparato cénico a que lamentavelmente assistimos".

E conclui: "Assim, a demissão de Miguel Albuquerque com vista à convocação de eleições regionais, é a única forma de defender e preservar as Instituições Autonómicas e a própria Autonomia que, neste como noutros momentos, só é devidamente respeitada se existir credibilidade política".