Número de mortos nos atentados à bomba revisto para 95
Os atentados à bomba no Irão mataram hoje pelo menos 95 pessoas, de acordo com as autoridades iranianas, que reviram em baixa as vítimas do ataque ocorrido numa cerimónia evocativa do quarto aniversário do assassínio do general Qassem Soleimani.
As explosões ocorreram com poucos minutos de intervalo e abalaram a cidade de Kerman, a cerca de 820 quilómetros a sudeste da capital, Teerão.
A segunda explosão lançou estilhaços contra uma multidão que gritava e fugia da primeira explosão.
Um número anterior de 103 mortos foi revisto em baixa, depois das autoridades se terem apercebido que alguns nomes tinha sido repetidos numa lista de vítimas, adiantou o ministro da Saúde do Irão, Bahram Einollahi, em declarações à televisão estatal.
Muitos dos feridos estão em estado crítico e o número de mortos pode ainda aumentar.
Anteriormente, as autoridades iranianas tinham contabilizado 141 feridos.
As explosões ocorreram esta manhã no cemitério da cidade iraniana de Kerman, onde se comemorava o quarto aniversário do assassinato do tenente-general Qassem Soleimani, considerado um mártir da revolução e morto num atentado norte-americano ordenado pelo ex-Presidente Donald Trump.
A dupla explosão teve lugar perto da mesquita Saheb al-Zaman, onde se encontra o túmulo do general Soleimani, em Kerman, no sul do Irão.
Uma multidão compacta de representantes do regime e de pessoas anónimas tinha-se reunido no local para uma cerimónia comemorativa, segundo a agência francesa AFP.
O ataque foi descrito como um ato terrorista por Rahman Jalali, vice-governador da província de Kerman, no sul do Irão.
Não foi feita qualquer reivindicação imediata de responsabilidade.
"Na sequência do ataque terrorista em Kerman, o Governo declarou amanhã [quinta-feira] um dia de luto nacional em todo o país", noticiou a televisão oficial.
Qassem Soleimani foi morto em janeiro de 2020, aos 62 anos, num ataque de um 'drone' (aeronave sem tripulação) norte-americano no Iraque.
Figura-chave do regime iraniano, era também uma das figuras públicas mais populares do país.
Soleimani, comandante de uma força de elite da Guarda Revolucionária, foi o arquiteto das atividades militares regionais do Irão e é aclamado como um ícone entre os apoiantes da teocracia iraniana, segundo a agência norte-americana AP.