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Madeira

80 médicos internos iniciam hoje formação no SESARAM

Metade destes profissionais são de formação específica e a outra metade de formação geral

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Decorreu esta manhã, na sala de conferências do Hospital Dr. Nélio Mendonça, a cerimónia de recepção aos 80 médicos internos que iniciam este ano a sua formação no Serviço Regional de Saúde (SESARAM).

Metade desses médicos são de formação específica, repartidos por 23 especialidades, cujo tempo de formação é variável entre os 4 e os 6 anos. A outra metade começa, agora, a sua formação geral, com a duração de um ano.

Na ocasião, Pedro Ramos, discursando para os jovens médicos, não esqueceu o facto de 16 das vagas atribuídas à Madeira para a formação específica pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) terem ficado sem candidatos, algumas das quais respeitantes a especialidades carenciadas e algumas das quais o SESARAM não tem capacidade formativa, tendo sido firmados protocolos com outros hospitais do País (as chamadas ‘vagas protocoladas’). Nessa lista incluem-se, por exemplo, as Doenças Infecciosas, a Anatomia Patológica ou a Saúde Pública.

Com parte dos lugares por ocupar ficaram, também, as especialidades de Medicina Geral e Familiar (7), Medicina Interna (4) e Medicina Intensiva (2).

Conforme referiu o secretário regional de Saúde e Protecção Civil esta situação vai merecer a maior atenção da tutela, no sentido de, no próximo concurso, contrariar este cenário, evitando a sua repetição, servindo-se, por exemplo, do facto de estar em causa “um Sistema que não tem greves” ou que “quando está de urgência tem todas as especialidades presentes”. “Nós temos uma organização diferente”, sustentou.

Dirigindo-se aos novos médicos, o governante destacou a exigência da formação que agora vão iniciar, de certa forma uma consequência da evolução do SESARAM e da adopção de um novo paradigma da saúde, em parte influenciado pela pandemia da covid-19. “Estamos a ser diferentes”, afirmou, relembrando a importância conferida à capacitação e validação dos recursos humanos, que diz ser transversal a todas as áreas.

O ‘Sistema de Saúde da Macaronésia’ voltou a merecer o foco de Pedro Ramos, que atribui um posicionamento privilegiado ao SESARAM neste âmbito, com parcerias já em curso com os outros arquipélagos atlânticos. “O nosso Sistema tornou-se tão confiável que, como todos sabem, nós estamos a tratar os doentes dos Açores”, fundamentou, dando o exemplo dos casos de AVC ou da neonatologia.

Os investimentos feitos na área da Sáude, nomeadamente na investigação ou em equipamentos, materializado sobretudo no novo hospital, vão permitir avanços significativos nos domínios do tratamento e da prevenção, sempre com a atenção na melhoria dos cuidados.

Neste âmbito, Pedro Ramos fez saber que, ainda este mês, Miguel Albuquerque vai inaugurar, no Hospital Dr. Nélio Mendonça, o espaço físico afecto ao Centro internacional do Cancro e das Doenças Prevalentes da Região Autónoma da Madeira, uma estrutura criada há pelo menos dois anos que o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) e a Universidade da Madeira (UMa) ao SESARAM.

Sobre as listas de espera, um dos ‘calcanhares de Aquiles’ do Serviço Regional de Saúde, o secretário regional reconheceu o problema e reafirmou que, na Madeira, “valorizados o que é essencial, aquilo que é urgente, aquilo que é emergente e deixamos para secundário aquilo que não é urgente”.

A distinção entre cuidados de saúde primários e hospitalares, prevê Pedro Ramos, deverá acabar em breve, embora aponte que, no decorrer de 2024, seja alcançada a cobertura a 100% de médicos de família, o que vai dar espaço para os serviços hospitalares se foquem nas situações mais diferenciadas.