Rui Tavares encerra hoje reunião magna que vai aprovar programa eleitoral do Livre
O porta-voz e fundador do Livre Rui Tavares encerra hoje os trabalhos do XIII Congresso do partido, no Porto, que irá também aprovar o programa eleitoral para as legislativas de março.
Os trabalhos arrancam com a aprovação da versão final do programa eleitoral, depois de terem sido apresentadas e debatidas 163 emendas à primeira versão do documento, seguindo-se um período de cerca de três horas com intervenções de todos os cabeças-de-lista do Livre para as legislativas.
O encerramento ficará a cargo do deputado único e cabeça-de-lista por Lisboa, Rui Tavares, cujo discurso deverá ser mais dirigido para o país, com foco nas eleições de março, nas quais o partido quer eleger um grupo parlamentar superior a dois deputados.
Será também votada a data do próximo congresso, com os membros e apoiantes indecisos sobre se devem, ou não, juntar na mesma reunião magna a elaboração do programa eleitoral para as europeias de junho e a eleição de novos órgãos internos.
Durante o primeiro dia foram debatidas algumas propostas que constam do programa provisório do Livre para as legislativas, como a alocação de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Cultura ou o alargamento do direito à Interrupção Voluntária da Gravidez das atuais 10 para 14 semanas.
O principal ponto de discórdia prendeu-se com a eliminação da disciplina de Educação Moral e Religiosa do currículo das escolas públicas, com membros a defender que este é um tema privado que não cabe às escolas e que não deve ter financiamento público, e outros a contrapor que deve ser respeitada a liberdade de escolha, uma vez que se trata de uma disciplina facultativa.
No discurso do primeiro dia de congresso, o porta-voz do Livre Rui Tavares antecipou um "caminho estreito" para o partido até às legislativas de março, salientou que "não é preciso inventar a roda" e insistiu num acordo pós-eleitoral à esquerda, que admite que possa ser de governação.
O Presidente da República convocou eleições legislativas antecipadas para dia 10 de março depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter apresentado a sua demissão em 07 de novembro do ano passado, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.