Miguel Albuquerque
Conheço o Miguel desde Julho de 2000, desde o 1.º Funchal Jazz, ou seja há vinte e quatro anos! Os três Ás: Avelino Tavares, André Sarbib e António Ferro, os grandes responsáveis pela programação, produção e divulgação do festival que chegou a trazer mais de duas mil pessoas à Quinta da Magnólia.
Qual a minha sincera e imparcial opinião sobre o Miguel? É um homem inteligente, sagaz, astuto, prático, positivista, pragmático, espontâneo, franco, lhano, sensível, emotivo,entendível, despojado e muito pouco influenciável!
Inscrevi-me ontem e hoje, no programa “Antena Aberta” do meu amigo António Jorge, mas tive infortúnio e desventura, fiquei sem tempo de antena...E assim não pude expressar a minha opinião. Nos dois programas, não ouvi uma única pessoa a advogar, a escudar ou a dizer algo asseverativo, benfazejo, ou assertivo sobre o Miguel ...(Ó Ferro não o conhecem…)
Lá está a minha “mind” a meter a “colherada” no assunto…
Então se não o conhecem, porque estão já a “crucificá-lo” se ele ainda não foi julgado?...Pôncio Pilatos apresentou ao povo (o povo é soberano, como alguns dizem…) e quem escolheu Jesus e libertou o Barrabás?
O mesmo povo, que nunca teve nem há-de ter paz, na terra prometida…
Onde estão os amigos do Miguel? São os “Paulos” que por três vezes renunciaram ou vão refutar, repudiar e abnegar …
Eu sei na pele, qual a sensação de sermos injustamente acusados e julgados na Praça Pública.
Quando era director artístico do “Guimarães Jazz”, o vereador da cultura na altura tinha um primo no jornal “O Independente” e “estendeu-me” a armadilha...Uma fotografia sorridente e uma entrevista bem conduzida. No dia de saída do jornal, um amigo meu amigo, telefona e questiona-me: - António já leste o Independente? Pousei o telefone e dirigi-me ao quiosque mais perto.
Uma página inteira com a minha fotografia sorridente e no cabeçalho, em letras garrafais “FERRADELA”. Quanto não ganhou António Ferro ao trazer músicos para actuarem em outros locais, com as viagens pagas pela C.M. Guimarães? Sinceramente, sabia que na noite anterior o Eduardo Santos tinha ido tocar num bar em Aveiro, mas desconhecia que o trio do Carlos Bica, tinha tocado na noite anterior, no B Flat em Matosinhos…
Quanto é que eu ganhei? Estava a viver em Aveiro, coloquei uma acção em tribunal, contra o Independente e fui buscar, aquele que no meu entender é um dos melhores advogados em Portugal – Celso Cruzeiro. Obviamente que ganhei a causa e tive direito a um pedido de desculpas, numa página escondida do jornal…
O Miguel fez e faz muito bem em não se demitir, primeiro é preciso um julgamento e um Juiz decidir!
Curiosamente, é nestas alturas que reconhecemos os verdadeiros amigos (?)… Como disse anteriormente nos dois programas dedicados a este assunto (Antena Aberta), não ouvi uma única pessoa a amparar ou a escudar. Sabem que é mais fácil acusar do que defender! Como aquela senhora que quando o juiz pergunta pela acusada, a réu responde: “Ó senhor doutor é acusada”, é contra a parede, o homem não me dá descanso...(lá estás tu com as tuas parvoíces)…
Para não vos maçar mais, há uns anos fui testemunha de um amigo em Celorico da Beira. Eu sei que não tinha estado naquele dia naquele local, tinha apenas que dizer que estava sentado a beber uma cerveja que vi uma discussão distante, mas que nem consegui identificar as personagens.
A juíza aceitou o meu testemunho, agora a procuradora é que não me deu trégua nem cessação...- A casa de banho, fica do lado direito ou esquerdo? - Quem estava sentado perto de si? - O seu amigo levantou-se, ou vieram ter com ele? Etc… No final do interrogatório, entrei como testemunha e saí como arguido! Trezentas horas de trabalhos comunitários (limpar ervas, calcetar passeios, fazer massa das obras e por aí fora). Resumindo entrava às 7h e voltava às 17h.
Se o Miguel for condenado, podem sulcar, esbandalhar e lacerar o meu texto, eu é não vou extirpar nem elidir, uma única palavra do que atermei e derroguei de escrever.
António Ferro