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Um desafio

E em tempo de guerra não se limpam armas, nem há lugar a egos (menos ainda a egozinhos)

Não estou, neste momento, na Madeira.  Mas se há algo que há muito se definiu em mim, é o entendimento de que tendo duas Mátrias, a do nascimento, Moçambique, e a de opção, a Madeira, foi nesta que passei a maior parte da minha vida, onde nasceu o meu Pai e as minhas filhas, onde a minha mulher e eu demos o melhor de nós, em prol de um povo que, com todos os defeitos como todos, é único e fantástico, e de uma terra, bonita como há poucas, posso, acreditem, dizê-lo.

E se os últimos dias me deram uma sensação de vazio (mas também, asseguro-Vos, de revolta, porque ingenuidade é algo que perdi há muito) há algo de que tenho a certeza.

Que o PSD Madeira tem muitos quadros, o CDS-PP também alguns, e a jovem do PAN, que não conheço senão pelas suas intervenções públicas mais recentes, demonstra bom senso e sagacidade, em especial ao defender, neste contexto terrível em que todos vivemos de instabilidade global e nacional, a necessidade de manter o acordo e legitimar a governação, creio que, se possível, até ao final do mandato.

Neste contexto, de longe e sabendo que poderia seguir a ideia de que “enquanto sapateiro não me devia por a tocar rabecão”, não quero deixar de dizer o que penso, desde já e em primeira instância a quem for indicado para liderar o executivo regional e para quem o vier a acompanhar.

Três simples notas.

A primeira, sobre a Autonomia. É o nosso bem maior, o nosso valor maior, a nossa mãe de todas as batalhas. Nada, nem ninguém, se pode sobrepor a esta. Foi luta dos nossos avós e pais, é património das atuais gerações e é o ativo determinante que temos para entregar aos nossos filhos e netos, se possível ainda mais abrangente e aprofundada.

A segunda, sobre a ação política no imediato. O tempo é de guerra, quer pelo que expresso no parágrafo anterior, quer pelo que devemos continuar a poder fazer pelo povo Madeirense e pela Madeira. E em tempo de guerra não se limpam armas, nem há lugar a egos (menos ainda a egozinhos), pelo que só quem estiver disponível 24 horas, 7 dias da semana, é que pode envolver-se nesta tarefa ciclópica em que, como dizia Churchill, “a nossa vitória é sinónimo da nossa sobrevivência”.

A terceira, remete para a manutenção dos pressupostos expressos no orçamento regional em sede e fase de aprovação, e para a sua concretização real e efetiva, acelerada se possível a respetiva execução, com atenção fundamental às questões prementes já definidas e estabelecidas, que todos reconhecemos e que vão, como diz o nosso hino “do vale à montanha e do mar à serra”.

De longe, um abraço a todos, arregacemos as mangas e asseguremos a vitória do Povo Madeirense.