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Investigação Judicial Madeira

Início do primeiro interrogatório judicial adiado

Trabalhos serão retomados às 14 horas de segunda-feira

Advogados e arguidos estiveram reunidos entre as 10 e as 14 horas deste sábado 
Advogados e arguidos estiveram reunidos entre as 10 e as 14 horas deste sábado , Foto MP

Em causa está a falta de documentação do processo

Os três arguidos detidos no âmbito do processo de alegada corrupção na Região Autónoma da Madeira não foram interrogados este sábado, 27 de Janeiro, tal como previsto. 

Em causa está a falta de apresentação de documentos e provas indiciárias por parte do Ministério Público. 

Os investigados serão novamente presentes ao juiz de instrução a partir das 14 horas de segunda-feira, momento em que deverão começar a ser inquiridos. 

Conforme avançou o DIÁRIO esta manhã, as diligências do primeiro interrogatório judicial tiveram início pelas 10h30, mas o inquérito, propriamente dito, acabou por não acontecer.

O agora demissionário presidente da Câmara do Funchal será o último a ser ouvido, já que o interrogatório começará pelo empresário Custódio Correia, seguido de Avelino Farinha.

Amanhã não haverá diligências no Tribunal Central de Instrução Criminal, o interrogatório prossegue na segunda-feira com as medidas de coacção a serem aplicadas apenas no final desta fase de inquérito, um processo que poderá demorar dias, semanas ou até mesmo meses.

Na sequência de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias efectuadas pela PJ na Madeira, nos Açores e no continente, foram detidos o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o CEO e principal accionista do grupo Socicorreia, Custódio Correia.

Em investigação estiveram os crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

Entre as suspeitas do Ministério Público (MP) está um alegado conluio entre o Governo Regional, Pedro Calado e grupos económicos com actuação na Região Autónoma da Madeira.

De acordo com o MP, existe um "relacionamento privilegiado, caracterizado por uma grande proximidade e informalidade" entre Miguel Albuquerque, Pedro Calado e Avelino Farinha. Havendo a indicação de que o presidente da Câmara Municipal do Funchal, que no passado integrou os quadros do grupo AFA, "actuou, e ainda actua, como denominador comum aos outros suspeitos", agindo como "intermediário, de modo a acautelar os interesses do grupo AFA junto do Governo Regional e do município do Funchal".