Pedro Calado não deverá ser ouvido hoje
Diligências do primeiro interrogatório judicial tiveram início pelas 10h30, mas o inquérito, propriamente dito, está atrasado
Pedro Calado, um dos três arguidos detidos no âmbito do processo de alegada corrupção na Região Autónoma da Madeira, não deverá ser ouvido este sábado pelo juiz de instrução criminal.
Conforme avançou o DIÁRIO esta manhã, as diligências do primeiro interrogatório judicial tiveram início pelas 10h30, mas o inquérito, propriamente dito, está atrasado.
Falta de documentos atrasa inquirição
Diligências do interrogatório judicial já começaram
Em causa está a falta de documentos do processo do Ministério Público.
O agora demissionário presidente da Câmara do Funchal será o último a ser ouvido, já que o interrogatório começará pelo empresário Custódio Correia, seguido de Avelino Farinha.
Tenho em conta a complexidade do caso, a previsão é de que esta fase de inquérito demore várias horas por arguido. Assim sendo, e uma vez que os investigados ainda não começaram a ser ouvidos, Pedro Calado não deverá ser ouvido hoje.
Amanhã não haverá diligências no Tribunal Central de Instrução Criminal, o interrogatório prossegue na segunda-feira com as medidas de coacção a serem aplicadas apenas no final desta fase de inquérito, um processo que poderá demorar dias, semanas ou até mesmo meses.
Na sequência de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias efectuadas pela PJ na Madeira, nos Açores e no continente, foram detidos o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o CEO e principal accionista do grupo Socicorreia, Custódio Correia.
Em investigação estiveram os crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
Entre as suspeitas do Ministério Público (MP) está um alegado conluio entre o Governo Regional, Pedro Calado e grupos económicos com actuação na Região Autónoma da Madeira.
De acordo com o MP, existe um "relacionamento privilegiado, caracterizado por uma grande proximidade e informalidade" entre Miguel Albuquerque, Pedro Calado e Avelino Farinha. Havendo a indicação de que o presidente da Câmara Municipal do Funchal, que no passado integrou os quadros do grupo AFA, "actuou, e ainda actua, como denominador comum aos outros suspeitos", agindo como "intermediário, de modo a acautelar os interesses do grupo AFA junto do Governo Regional e do município do Funchal".