Pedro Calado e a mãe "escondiam" milhares de euros em casa
Notícia é avançada pela CNN Portugal
Ao todo, autarca funchalense e a mãe escondiam 100 mil euros em dinheiro vivo e depósitos.
Os inspectores da Polícia Judiciária (PJ) encontraram 20 mil euros em dinheiro vivo na casa de Pedro Calado e outros 10 mil euros em notas na residência da mãe do autarca - que, acreditam as autoridades, funcionava como alegada testa-de-ferro do filho.
Estes 30 mil euros não entram na contabilidade de outros depósitos suspeitos, uma vez que durante a investigação foi levantado o sigilo bancário de Pedro Calado, ou seja, nas contas da notícia avançada pela CNN Portugal, o Ministério Público 'rastreou', pelo menos, outros 70 mil euros que chegaram às mãos do presidente da Câmara Municipal do Funchal e que se acredita terem origem nos pactos de corrupção que celebrou com empresas de construção.
Medidas de coacção dos detidos só devem ser conhecidas na próxima semana
As medidas de coação dos três detidos na operação policial que investiga corrupção e outros crimes na Região Autónoma da Madeira só devem ser conhecidas na próxima semana, adiantou hoje à Lusa fonte judicial.
Desta forma, segundo o canal televisivo, as escutas telefónicas e vigilâncias aos alvos revelaram que a mãe de Pedro Calado - que deverá ser constituída arguida por branqueamento de capitais - recebia alegadamente dinheiro dos subornos que depois fazia chegar ao filho, de maneira a evitar a exposição pública do autarca e 'contornando' qualquer eventual investigação judicial.
A mãe de Pedro Calado, durante período de tempo indeterminado, terá recebido quantias, pelo menos, em numerário que, depois, transferiu para as contas daquele. Ministério Público
A PJ encontrou assim dinheiro com proveniência suspeita e não justificada pelos rendimentos que Pedro Calado auferia. "Entre 2018 e 2021, que coincidiu com o período em que exerceu o cargo de vice-presidente do Governo Regional da Madeira, Pedro Calado, por interposta pessoa, efectuou depósitos de numerário no montante de 67 mil euros".
Tudo somado, são quase 100 mil euros que a investigação acredita serem apenas a ponta do icebergue nas contrapartidas que Pedro Calado somou ao longo dos anos pelos benefícios que foi dando a grandes construtoras: adjudicações de milhões de euros a empresas como o grupo AFA, Socicorreia ou a sociedade Caldeira e Costa.
Segundo o Ministério Público, Pedro Calado foi subornado "para financiar as competições de rally a que se dedica a título pessoal, bem como outros gastos da sua vida privada".