O deputado do Iniciativa Liberal (IL) pondera votar favoravelmente as moções de censura, tanto a do PS, como a do Chega.

Salientando que esta é, para já, apenas uma posição pessoal, pois a decisão do partido só será conhecida na próxima segunda-feira, após a reunião do Grupo de Coordenação Local do IL, Nuno Morna referiu, ao DIÁRIO, que, “em princípio, e desde que os textos das moções de censura sejam textos bem feitos, bem sustentados, estaremos, muito provavelmente, isto na minha opinião, a votar favoravelmente”.

Tendo em conta que o documento socialista já deu entrada na Assembleia Legislativa da Madeira (ALRAM) na manhã desta sexta-feira, e cumprindo o Regimento, a sua discussão deverá acontecer até ao oitavo dia útil, o que, nas contas de Morna, “calharia em cima do debate do orçamento”.

Entende, por isso, que as moções de censura deverão ser debatidas até ao final da próxima semana. “Se as moções de censura forem aprovadas, já não faz sentido nenhum discutirmos o Orçamento”, a não ser que haja uma intervenção do Presidente da República. Ainda assim, o deputado não vê com bons olhos ficarmos muitos meses com uma gestão em duodécimos, por não haver orçamento, mesmo num cenário de eleições antecipadas.

Caso Miguel Albuquerque se demita, entretanto, Nuno Morna assume que essas moções de censura “já não fazem sentido”. 

"Eu penso que o PSD tem muito a perder se for para eleições neste momento. Vai numa posição muito enfraquecida", diz Nuno Morna, entendendo que o PSD "tudo fará para que Miguel Albuquerque se afaste para dar lugar a outra pessoa".

Pressão do PAN nacional na decisão de ‘rasgar’ acordo com PSD

Embora ressalve que não tem por princípio fazer “juízos de valor” sobre os acordos que outros partidos firmem entre si, o coordenador regional do IL, em jeito de excepção, diz pensar que “as pessoas do PAN, que são pessoas inteligentes, sabiam onde se estavam a meter. Não são ingénuos”.

No seu entender, a posição assumida ontem pelo partido que garantia maioria parlamentar ao PSD-Madeira na Assembleia Legislativa regional, pedindo a demissão de Miguel Albuquerque para manter o acordo, é “uma corrida para a frente”. Entende Nuno Morna que “neste momento, era muito mais prejudicial para o PAN, tanto a nível regional, como principalmente a nível nacional, haver qualquer aproximação entre o que se passa e o partido”, sobretudo com Eleições Legislativas nacionais à porta.