Rússia prolonga detenção provisória de jornalista dos EUA por dois meses
Um tribunal de Moscovo prolongou hoje, por dois meses e até 30 de março, a detenção provisória de Evan Gershkovich, jornalista norte-americano do Wall Street Journal, detido no final de março na Rússia "por espionagem".
A defesa do jornalista rejeitou esta acusação.
"O período de detenção de Evan Gershkovich (...) foi prolongada por dois meses (...) até 30 de março de 2024", indicou, num comunicado divulgado na plataforma Telegram, o serviço de imprensa do tribunal Lefortovski.
A audiência decorreu à porta fechada, com o tribunal a difundir um vídeo que mostrava o jornalista, de 32 anos, a ouvir a decisão lida por um juíz, de braços cruzados, numa gaiola para detidos.
Jornalista do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, que no passado também trabalhou para a agência de notícias France-Presse, foi detido pelos serviços de segurança russos (FSB) durante uma reportagem em Ekaterinburgo, nos Urais, em março.
Acusado de espionagem, um crime pelo qual incorre numa pena de 20 anos de prisão, o jornalista rejeitou as acusações, tal como os Estados Unidos, o jornal, amigos e familiares.
A Rússia nunca fundamentou as acusações, nem apresentou publicamente quaisquer provas, tendo todo o processo sido classificado como secreto.
Nos últimos anos, vários cidadãos norte-americanos foram detidos e condenados a pesadas penas de prisão na Rússia. Washington, que há dois anos apoia Kiev contra a invasão russa, acusou Moscovo de querer trocar estes presos por russos detidos nos Estados Unidos.
Em meados de dezembro, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse "esperar um acordo" para a libertação de Evan Gershkovich e Paul Whelan, um antigo fuzileiro naval detido na Rússia desde 2018.