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Investigação Judicial Madeira

Greve de funcionários judiciais poderá atrasar interrogatório

Presidente da Câmara Municipal do Funchal e dois empresários detidos são hoje presentes a tribunal

Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa 
Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa , Foto MP

Pedro Calado, Avelino Farinha e Custódio Correia pernoitaram nos calabouços da Polícia Judiciária, em Lisboa

A greve de funcionários judiciais, agendada para esta sexta-feira, 26 de Janeiro, sem serviços mínimos garantidos, poderá comprometer o primeiro interrogatório judicial dos três detidos por suspeita de corrupção na Região Autónoma da Madeira.

Em causa está o cumprimento do prazo máximo de 48 horas para que os arguidos detidos sejam ouvidos por um juiz de instrução. 

A apresentação dos suspeitos está prevista ocorrer até às 14 horas de hoje no Tribunal Central de Instrução Criminal, na capital portuguesa. 

O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, e os empresários Avelino Farinha e Custódio Correia foram constituídos arguidos e detidos na quarta-feira, 24 de Janeiro, na sequência da investigação dos crimes de corrupção activa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência. 

As medidas de coacção serão aplicadas por um juiz de instrução, - Nuno Dias Costa -, após audição dos detidos, um processo que não deverá ficar concluído hoje tendo em conta a complexidade do caso e, como referido, a greve dos funcionários judiciais. 

Conforme noticiado na edição impressa do DIÁRIO de hoje, o caso que está a abalar a política regional poderá contar com uma das medidas de coacção mais gravosas, prisão preventiva.

O advogado e professor universitário, António Pinto Pereira, aponta, ao matutino centenário madeirense, que, numa primeira fase, os arguidos poderão ser presentes a tribunal apenas para identificação, com o interrogatório a ocorrer posteriormente. 

A designada 'greve clássica' de quartas e sextas-feiras foi anunciada pelo Sindicato dos Funcionários Judiciais para todos os funcionários judiciais a exercer funções nos Tribunais e Serviços do Ministério Público. A paralisação envolve os profissionais a exercer funções nos Tribunais e Serviços do MP, em todas as unidades orgânicas/ juízos, acontecendo no período da manhã entre as 9 e as 12h30, sem serviços mínimos garantidos.

Os três detidos no âmbito da investigação do DCIAP - Departamento Central de Investigação e Acção Penal ao Governo Regional da Madeira passaram a última noite nos calabouços da Polícia Judiciária, em Lisboa.

Detidos pernoitam na PJ em Lisboa

Presidente da Câmara Municipal do Funchal e dois empresários madeirenses são amanhã ouvidos em primeiro interrogatório judicial

No final da noite de ontem, o advogado do autarca funchalense, Paulo Sá e Cunha prestou declarações à comunicação social após um longo encontro com o seu cliente com vista à apresentação da defesa. Na ocasião, o representante de Pedro Calado perspectivou um fim-de-semana de muito trabalho.

Advogado não diz se Calado vai prestar declarações ao juíz

Paulo de Sá e Cunha, que será o advogado que vai acompanhar amanhã o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, não adiantou se o autarca vai prestar declarações no primeiro interrogatório perante o juíz.