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Investigação Judicial Madeira

PAN "tira o tapete" a Albuquerque e ameaça fazer cair o Governo

Partido que suporta o Governo Regional na Assembleia faz saber que poderá aceitar outra personalidade do PSD para liderar o executivo

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Uma autêntica bomba é o que o PAN na Madeira faz saber através de um comunicado enviado à comunicação social no final desta quinta-feira e que surge na sequência da crise política aberta pela mega operação judicial em curso na Madeira e que atinge as duas principais figuras do PSD-M.

O partido que tem um acordo de incidência parlamentar com o PSD, viabilizando desta forma, o Governo Regional, faz saber que ou Miguel Albuquerque se demite ou rompe com o acordo firmado após as eleições regionais de 2024 e que permitiu ao PSD formar um executivo com maioria absoluta, em coligação com o CDS, na Assembleia Legislativa da Madeira.

No comunicado o PAN faz saber que está disposto a viabilizar um novo governo da actual coligação, mas sem Miguel Albuquerque na presidência. Isto é a maioria teria de encontrar uma nova figura para liderar o executivo regional. " Informámos o Sr. presidente do PSD-Madeira, Dr. Miguel Albuquerque, que o PAN Madeira se encontra disponível para continuar a viabilizar o acordo de incidência parlamentar com o PSD-Madeira, caso seja indigitado, e aceite, um novo titular para o cargo de presidente do Governo Regional da Madeira e estejam reunidas as condições para a estabilidade governativa na Região e para a continuação do cumprimento do acordo celebrado entre o PAN Madeira e o PSD-Madeira", deixa claro o partido no comunicado..

Se Albuquerque não vacilar e se o acordo entre os dois partidos for rompido, o PSD e o CDS passam a dispor de 23 deputados no parlamento, perdendo a maioria absoluta. A oposição passa então a dispor de 24 parlamentares, podendo bloquear a acção do governo e apeá-lo do poder, fazendo aprovar por exemplo uma moção de censura. Aí o cenário seria o de eleições antecipadas. Contudo a ALM só pode ser dissolvida a partir de Março, mês em que se completam seis meses sobre a data em que foi eleita.

A posição do PAN Madeira surge 24 horas após a deputada Mónica Freitas ter garantido que mantinha a confiança no acordo celebrado com o PSD, mesmo depois de saber que o presidente do partido tinha sido constituído arguido na sequência da investigação em curso, sob suspeita de corrupção, participação económica em negócio, prevaricação, entre outros.

PAN-Madeira mantém apoio ao Governo de Albuquerque

"Vamos aguardar com serenidade e deixar que a justiça faça o seu trabalho como tem de ser feito" defende Mónica Freitas

Ainda esta tarde, em Câmara de Lobos, Miguel Albuquerque voltou a sublinhar que não se demite do cargo, apesar de admitir que poderá pedir o levantamento da imunidade a que tem direito, designadamente a que advém da sua qualidade de membro do Conselho de Estado.

"Sou arguido e não me demito"

Miguel Albuquerque insiste em não se demitir do cargo de presidente do Governo Regional

Os pedidos de demissão ao presidente do Governo têm aumentado nas últimas horas. O PS-M, através do seu líder, Paulo Cafôfo, fê-lo esta manhã, na segunda conferência de imprensa do partido nas últimas 24 horas. O Iniciativa Liberal, também, bem como o Bloco de Esquerda, o PCP e o Chega. Apenas o JPP não exigiu a saída de Miguel Albuquerque, apesar de dizer que deve levantar a imunidade parlamentar.

Por aqui se vê que será impossível ao maior partido da Madeira encontrar um novo parceiro parlamentar. O extremar de posição do PAN surge após uma corrente interna do partido ter vindo a público criticar a actuação do ‘Pessoas Animais e Natureza’ em relação a este caso.

Acusam Inês Sousa Real de “incoerência” por ter pedido a demissão de Costa e defender o seu contrário em relação a Albuquerque.