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Investigação Judicial Madeira

José Luís Nunes critica "cenário teatral terrificante"

José Luís Nunes acredita totalmente na seriedade de Pedro Calado.   Foto Arquivo/Miguel Espada/Aspress
José Luís Nunes acredita totalmente na seriedade de Pedro Calado.   Foto Arquivo/Miguel Espada/Aspress

Numa situação "anormal dentro do normal da Justiça portuguesa", que espera que "cumpra o seu papel, que seja breve e rápida nas suas decisões", para que a Câmara do Funchal volte a ter o "seu presidente rapidamente", José Luís Nunes, presidente da Assembleia Municipal do Funchal, que deu a cara ao lado de Pedro Calado na candidatura Funchal Sempre à Frente às Autárquicas de Setembro de 2021, não deixa de catalogar um "cenário teatral terrificante" que aconteceu ontem.

Face à ausência do autarca do cargo - uma vez que foi detido para interrogatório e irá ser levado para o Continente para ser ouvido no Tribunal Central de Investigação Criminal, em Lisboa - quem assume o cargo é Cristina Pedra, vice-presidente da CMF, situação analisada também por José Luís Nunes como "se ele tivesse um impedimento temporário por doença" e "vamos continuar a trabalhar, a Câmara continua aberta, a cumprir as suas funções e a Assembleia Municipal não tem sequer que se pronunciar sobre a funcionalidade da Vereação", justifica.

José Luís Nunes lamenta, por isso, que vivamos "num país de suspeição, mas depois não se prova nada, andamos a cair em processos que se arrastam por 10, 15 anos, o que não pode acontecer", temendo que "ocorra uma falência de candidatos políticos, porque as pessoas não estão para isto", desabafou o Médico Pediatra de profissão. "Isto é um cenário teatral terrificante. Como posso admitir que venham não sei quantos polícias judiciários, em aviões militares, sigilo máximo que tem de existir, para poderem intervir todos à mesma hora, como foi às 7h00 entrando todos em acção, e a televisão nacional já estava cá a filmar?", questiona.

E continua: "Onde é que está o segredo de justiça? Afinal é só para alguns? É um cenário, que foi montado, tentando criar na Madeira um teatro de terror que não dignifica a Democracia. Isto é mesmo uma situação para deitar abaixo a Madeira e nós não podemos pactuar com isso. E chamo-lhe mesmo um cenário teatral terrificante que revolta as pessoas que andam por bem na política, que as faz pensar afinal o que andam aqui a fazer? Pelo bem da população, porque não fico em casa? Neste momento, se calhar o Pedro está a pensar que 'se eu estivesse quietinho, estava melhor'. Porque ele fez o seu trabalho. Eu dou o meu aval total ao Pedro, que eu conheço bem. É uma pessoa de carácter, honesta, trabalhadora, visionária e, agora, está a sofrer estas consequências." 

Questionado se se coloca, neste momento, um cenário de eleições intercalares ou outro menos drástico, o presidente da Assembleia Municipal do Funchal refuta essa opção. Sendo "uma ausência que esperemos que seja rápida, fosse por doença ou férias, seria sempre substituído", mas num momento em que "não se sabe mais, porque é a Justiça que vai decidir. Estamos aqui a falar e amanhã ele poderá ter a permissão de voltar a assumir o seu cargo".

Lembra ainda que a Assembleia Municipal tem o papel de fiscalização da Vereação, mas não pode substituir as suas responsabilidades.