Dezenas de militares venezuelanos despromovidos e expulsos por alegada conspiração contra Maduro
As Forças Armadas Bolivarianas da Venezuela (FANB) anunciaram hoje que 33 militares foram despromovidos e expulsos por alegada conspiração contra o Governo e contra a vida do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
"As FANB informam que no dia 23 de janeiro (...) ocorreu o ato de despromoção e expulsão de um grupo de profissionais militares em situação de atividade [ativos] e na reserva ativa, envolvidos em conspirações através do planeamento de ações criminosas e terroristas para atentar contra o sistema de Governo legitimamente constituído, as autoridades e instituições do Estado e o povo venezuelano, contemplando inclusive o assassinato do primeiro mandatário nacional, o que representa atos de traição à pátria", referiu um comunicado oficial divulgado em Caracas.
O documento, divulgado pelo ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, explicou ainda que, o ato de despromoção e expulsão teve lugar no Pátio de Honra do Ministério da Defesa, no Forte de Tiúna [principal base militar de Caracas], "em cumprimento de uma ordem dada pelo cidadão Nicolás Maduro Moros, Presidente Constitucional da República Bolivariana da Venezuela" e "Comandante Chefe" das FANB.
"Esta ação, de acordo com as tradições e códigos éticos e morais que caracterizam as FANB, é executada porque os indivíduos mencionados não são dignos de pertencer às nossas fileiras, por terem violado, com a conduta, as leis e regulamentos nacionais e militares, sendo tal ação entendida como uma medida exemplificadora, sem prejuízo das consequências penais que possam implicar os seus delitos", explicou o ministro, no mesmo comunicado.
Na nota oficial, que frisa "tolerância zero para com os traidores", são divulgados os nomes dos 33 militares despromovidos e expulsos.
Na segunda-feira, o Ministério Público da Venezuela anunciou que 31 pessoas, entre elas civis e militares, foram detidas desde maio de 2023 pelo alegado envolvimento em cinco conspirações contra o atual Governo, que incluíam o assassinato do Presidente Nicolás Maduro.
O anúncio foi feito pelo procurador-geral, Tarek William Saab, numa conferência de imprensa em Caracas, em que anunciou novos mandados de detenção, contra jornalistas, 'youtubers', ativistas dos Direitos Humanos e ex-militares.
Ainda na segunda-feira, o ministro da Defesa da Venezuela acusou as norte-americanas Agência Central de Informações (CIA) e Agência Antidroga (DEA) de tentar derrubar o Governo do Maduro.
A acusação foi feita numa alocução ao país em que pediu tolerância zero para com os conspiradores.
Já na terça-feira, Nicolás Maduro anunciou que foram detidos os "autores materiais de cinco conspirações" que tinham como objetivo matá-lo, pedindo aos venezuelanos que reponham a justiça e façam "os oligarcas fascistas arrependerem-se".
"Cinco conspirações desvendadas, reveladas, derrotadas, numa conspiração contínua, durante o ano de 2023. Estão presos e confessaram todos os autores materiais das cinco conspirações", disse o chefe de Estado venezuelano durante uma manifestação em Caracas.