Lançada petição para instar Governo português a apoiar queixa no TIJ
O coletivo Palestina em Português lançou uma petição 'online' para instar o Governo a declarar apoio à queixa apresentada pela África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) contra Israel, devido ao conflito na Faixa de Gaza.
A África do Sul apresentou um processo no TIJ contra Israel por genocídio e pediu ao tribunal superior das Nações Unidas (ONU) que ordenasse a suspensão imediata das operações militares israelitas em Gaza.
Israel rejeita as acusações e diz estar a lutar contra o genocídio.
Este coletivo realçou hoje que o "posicionamento de Portugal contra este massacre, assim como noutros momentos da História, de que é exemplo a solidariedade ativa com o povo de Timor Leste, poderá ser um contributo importante para o fim do genocídio em curso na Faixa de Gaza".
Portugal deve demonstrar "o seu compromisso com o direito internacional humanitário e os princípios de igualdade, justiça e autodeterminação dos povos plasmados na Constituição da República Portuguesa", realçaram ainda, no comunicado onde anunciam o lançamento da petição 'online'.
A petição pode ser assinada através da página https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT119465, enquanto informações sobre a petição estão disponíveis na página na rede social Instagram "palestinaemportugues".
O coletivo Palestina em Português junta "pessoas comprometidas com a promoção dos direitos humanos e de justiça para o povo palestiniano", explicaram também.
A principal atividade do coletivo prende-se com a tradução e publicação de notícias sobre a Palestina.
"O coletivo promove ações de solidariedade com a causa da independência da Palestina em Portugal", acrescentaram.
O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita, matando cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis, e levando mais de 200 reféns, segundo números oficiais de Telavive.
Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento islamita palestiniano considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo as autoridades locais tuteladas pelo Hamas, já foram mortas mais de 25.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes.
O conflito provocou também cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.