Ataque a abrigo da ONU é "violação flagrante" das regras da guerra
Os ataques contra um abrigo das Nações Unidas para deslocados em Khan Yunis, sul da Faixa de Gaza, são "uma violação flagrante das regras fundamentais da guerra", acusou o chefe da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA).
O centro de formação transformado em abrigo "está claramente marcado como uma estrutura da ONU e as suas coordenadas foram partilhadas com as autoridades israelitas", escreveu Philippe Lazzarini, chefe da UNRWA.
A mesma fonte acrescentou ainda que o número de nove mortes anunciado anteriormente será "provavelmente maior".
O chefe da UNRWA, Thomas White, tinha informado sobre a morte de noves pessoas e ferimentos em outras 75, no ataque israelita, efetuado com tanques, e que causou graves danos no edifício, que albergava cerca de 800 pessoas deslocadas pelo conflito entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas.
White disse que dezenas de milhares de pessoas recorreram às instalações da UNRWA em Khan Yunis em busca de algum tipo de proteção contra a ofensiva militar israelita.
Referiu ainda que o pessoal da UNRWA e da Organização Mundial da Saúde (OMS) estava a tentar chegar à zona, uma vez que o exército israelita tinha bloqueado o acesso.
Trata-se do segundo incidente do género em dois dias, segundo a UNRWA, citada pela agência espanhola Europa Press.
White disse que a ação do exército israelita tornou impossível entrar ou sair do complexo em segurança durante dois dias, mantendo as pessoas no interior praticamente encurraladas.
Mais de 1,9 milhões de habitantes de Gaza foram obrigados a fugir de casa desde o início do atual conflito entre Israel e o Hamas.
Khan Yunis tornou-se, nos últimos dias, o foco da ofensiva militar israelita, depois de se ter concentrado no norte e obrigado milhares de pessoas a fugir para o sul do enclave palestiniano.
A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos, segundo as autoridades.
Em represália, Israel lançou uma ofensiva no território palestiniano que causou mais de 25.700 mortos, de acordo o Hamas, que controla o território desde 2007.