PJ confirma ter realizado 130 buscas e 3 detenções na megaoperação
Quatro concelhos da Região foram visados, para além de Grande Lisboa, Braga, Porto, Paredes, Aguiar da Beira e Açores
Em causa estão crimes de corrupção activa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência
A Polícia Judiciária (PJ) procedeu, no âmbito de três inquéritos dirigidos pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), à realização de uma operação policial, visando a execução de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias, na Região Autónoma da Madeira (Funchal, Câmara de Lobos, Machico e Ribeira Brava), na Grande Lisboa (Oeiras, Linda-a-Velha, Porto Salvo, Bucelas e Lisboa) e, ainda, em Braga, Porto, Paredes, Aguiar da Beira e Ponta Delgada, acaba de avançar o Gabinete de Imagem e Comunicação da Polícia Judiciária (PJ).
No comunicado de imprensa, a PJ informa ainda que deteve, fora de flagrante delito, 3 suspeitos da prática dos crimes sob investigação. "As detenções em causa foram concretizadas às 14H15, do dia de hoje", revela a Judiciária.
A PJ explica que as diligências executadas visaram "a recolha de elementos probatórios complementares, a fim de consolidar as investigações dos crimes de corrupção activa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência".
Nos inquéritos referenciados, acrescenta a PJ, "investigam-se factos susceptíveis de enquadrar eventuais práticas ilícitas, conexas com a adjudicação de contratos públicos de aquisição de bens e serviços, em troca de financiamento de atividade privada; suspeitas de patrocínio de atividade privada tendo por contrapartida o apoio e intervenção na adjudicação de procedimentos concursais a sociedades comerciais determinadas; a adjudicação de contratos públicos de empreitadas de obras de construção civil, em benefício ilegítimo de concretas sociedades comerciais e em prejuízo dos restantes concorrentes, com grave deturpação das regras de contratação pública, em troca do financiamento de atividade de natureza política e de despesas pessoais".
Na operação participaram 2 Juízes de Instrução Criminal, 6 Magistrados do Ministério Público do DCIAP e 6 elementos do Núcleo de Assessoria Técnica (NAT) da Procuradoria Geral da Republica, bem como 270 investigadores criminais e peritos da Polícia Judiciária, acrescenta no comunicado.
A PJ não revela a identidade dos detidos, referindo apenas que serão, presentes à Autoridade Judiciária competente, no Tribunal Central de Investigação Criminal, com vista a interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação.
A Polícia Judiciária sublinha ainda a colaboração da Força Aérea Portuguesa, cujo apoio foi "crucial à montagem do dispositivo humano e logístico".