Guterres reitera que África deve ter assento permanente no Conselho de Segurança
O secretário-geral da ONU, António Guterres, reiterou hoje que África deve ter um lugar permanente no Conselho de Segurança, o órgão encarregado de garantir a paz e a segurança mundiais.
O porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric, disse, na sua conferência de imprensa diária, que as opiniões de Guterres foram em resposta ao número de pessoas que vivem em todo o continente, onde a ONU enviou várias missões de manutenção da paz e onde "o trabalho de segurança está em curso".
"Ele falou da injustiça dos países que foram colónias e que foram penalizados duas vezes: uma vez pelos colonizados e outra por nem sequer estarem à mesa quando a arquitetura do sistema multilateral foi discutida", acrescentou Dujarric.
No domingo, Guterres questionou, em mensagem na rede social X, a ausência de um país africano no Conselho de Segurança, afirmando que "as instituições devem refletir o mundo de hoje, não o mundo de há 80 anos", e referiu que a próxima Cimeira do Futuro da ONU - a realizar em setembro -, será "uma oportunidade para analisar as reformas da governação global e reconstruir a confiança".
Dujarric sublinhou que estes são os "sentimentos" de Guterres, mas que, no final, caberá aos próprios Estados-Membros decidir se algum país africano se torna membro permanente do Conselho de Segurança.
Embora África tenha três lugares no Conselho de Segurança de 15 membros, estes são rotativos, e os cinco lugares permanentes são ocupados pela Europa (França e Reino Unido), América do Norte (EUA) e Ásia (China), para além do lugar da Rússia, que atravessa dois continentes.