Pelo menos 24 detenções na Bielorrússia antes das legislativas
Pelo menos 24 pessoas foram detidas na Bielorrússia numa nova vaga de detenções antes das eleições, denunciou hoje a organização bielorrussa de defesa dos direitos humanos Viasna.
"Ocorreram detenções em todo o país. Entre as pessoas detidas incluem-se antigos presos políticos que foram libertados mas permaneceram na Bielorrússia", indicou a Viasna em comunicado na sua página digital.
Segundo a organização não-governamental (ONG), "pelo menos 24 pessoas" foram detidas, quando o país se prepara para eleições legislativas no próximo mês e que anunciam uma vitória antecipada das formações apoiantes do Presidente Alexandre Lukashenko, no poder há 30 anos.
De acordo com a mesma fonte, a polícia deteve estas pessoas designadamente por "participação em formações extremistas" e "financiamento de atividades extremistas".
"Os delinquentes do regime tomaram por alvo antigos prisioneiros políticos e as famílias dos que estão atualmente detidos", denunciou na rede social X a chefe da oposição no exílio, Svetlana Tikhanovskaia.
"É uma triste realidade, atualmente ninguém pode sentir-se em segurança no nosso país", acrescentou.
Em 2020, a Bielorrússia foi agitada por um amplo movimento de contestação para denunciar a controversa reeleição de Lukashenko, no poder desde 1994.
As prisões em massa, os exílios forçados e a detenção de muitos ativistas e jornalistas quebraram este movimento, com Lukashenko a receber apoio de Moscovo, o principal aliado de Minsk. Milhares de pessoas exilaram-se no estrangeiro, em particular na vizinha Polónia.
As eleições legislativas previstas para o próximo mês são as primeiras desde as manifestações de 2020.
Após o fracasso desta "revolução colorida", Alexandre Lukashenko, 69 anos, forneceu o seu apoio em 2022 à invasão russa da Ucrânia e autorizou os exércitos de Moscovo a utilizarem o seu território para atacar o vizinho comum.
Segundo o Kremlin, Lukashenko deve encontrar-se com o homólogo russo Vladimir Putin "antes do final da semana".
A ONG Viasna, fundada por Ales Bialiatski, prémio Nobel da Paz 2022, recenseia atualmente 1.415 presos políticos na Bielorrússia.