Borrell confiante de que vai ser possível desbloquear mais 5 mil milhões
O chefe da diplomacia da União Europeia disse hoje estar confiante de que os 27 encontrarão um consenso para disponibilizar mais cinco mil milhões de euros para a Ucrânia ao abrigo do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz (MEAP).
No final de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), incluindo João Gomes Cravinho em representação de Portugal, Josep Borrell considerou que está próximo um acordo entre os 27 Estados-membros para disponibilizar mais cinco mil milhões de euros para apoiar a Ucrânia, país alvo de uma ofensiva militar russa há quase dois anos.
O alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros avançou que foi apresentado um rascunho de como é que "vai funcionar o MEAP nesta etapa e neste momento" em concreto, depois de os 27 terem falhado em dezembro o acordo para revisão do quadro financeiro plurianual que incluía um pacote de 50 mil milhões de euros para apoiar a Ucrânia entre 2024 e 2027.
Os 27 queriam dar previsibilidade ao apoio à Ucrânia nestes quatro anos e deixar de depender de cimeiras para ajudar Kiev, mas a Hungria bloqueou a questão.
Budapeste não apoia declaradamente a Rússia, mas o primeiro-ministro, Viktor Orbán, foi o primeiro e único representante de um país da UE a encontrar-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
O primeiro-ministro húngaro também criticou em várias ocasiões o apoio prestado pela UE à Ucrânia, considerando que ajudar o país e integrá-lo no bloco comunitário são contrários aos interesses nacionais de Budapeste.
Viktor Orbán também considerou no final do ano que a estratégia de Bruxelas falhou e exigiu uma revisão de toda a ajuda ponderada.
A discussão deste complemento de cinco mil milhões de euros vai continuar a ser discutida ao nível dos embaixadores da UE.
Em 01 de fevereiro os líderes europeus regressam a Bruxelas, incluindo o primeiro-ministro português cessante, António Costa, para tentar ultrapassar o bloqueio de dezembro e dar uma perspetiva mais longínqua à Ucrânia, que teme perder o apoio de Washington, agora que os Estados Unidos estão com as atenções focadas na guerra entre Israel e o Hamas (e no potencial alastramento do conflito a outras zonas do Médio Oriente) e nas eleições presidenciais de novembro, que poderão voltar a opor o Democrata Joe Biden, Presidente em exercício, ao Republicano Donald Trump, seu antecessor na Casa Branca.