"Somos um país pobre com impostos de rico"
António Saraiva na conferência 'Crescimento Económico VS Justiça Social'
A fiscalidade em Portugal é um dos entraves a que haja crescimento económico com justiça social, ou não fossemos um país com excessiva carga fiscal para a real dimensão financeira de Portugal e dos portugueses.
"Somos um país pobre com impostos de rico" denuncia António Saraiva, na conferência 'Crescimento Económico VS Justiça Social'.
Convicto que "é possível conciliar crescimento económico com justiça social", António Saraiva, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, reconhece que "vivemos tempos desafiadores".
Perante uma plateia com menos de meia centena de espectadores, advertiu para o perigo das pressões sociais poderem colocar em risco a própria democracia.
Defensor da Economia Circular como forma de assegurar uma sociedade mais justa e inclusiva, lembra que "precisamos de um estado social forte" para mitigar as desigualdades. Mas também disse que "só poderemos ter um estado social eficaz com empresas fortes".
A competitividade das empresas foi uma das tónicas da intervenção de António Saraiva, considerando neste particular que importa "conquistar quota nos mercados globais e criar mais e melhor emprego". Reforçou que "a produtividade das empresas passa, essencialmente, pelo seu capital humano".
O emprego qualificado foi outro dos temas, por constatar que Portugal ainda padece de baixas qualificações.
"Falta profissionais com habilitações adequadas às empresas, problema real que poderá ser dramático", adverte.
Sublinhou ainda que "o combate à pobreza é um elemento central de desenvolvimento social".
Reconheceu que a tarefa de quem tem responsabilidades governativas não é simples nem fácil, mas isso não invalida que "a Democracia exige-nos atitudes, exige-nos participação, exige-nos uma cidadania activa e participativa".
Tudo porque vivemos num tempo que é desafiante na procura de uma sociedade mais justa, mais equilibrada e mais sã.