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Chefes da diplomacia palestiniana e israelita hoje esperados em Bruxelas

Foto Shutterstock
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Os ministros dos Negócios Estrangeiros palestiniano e israelita são recebidos hoje em Bruxelas pelos homólogos europeus, no dia em que os 27 devem adotar sanções contra o movimento islamita Hamas e discutir missão no Mar Vermelho.

Reunidos em Conselho dos Negócios Estrangeiros, os chefes da diplomacia europeia recebem igualmente o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, com quem "vão fazer um ponto de situação sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia, debatendo os compromissos de segurança e militares com o país", segundo o Governo português, que será representado pelo ministro João Gomes Cravinho.

O Conselho terá ainda na agenda a adoção de sanções contra o movimento islamita Hamas, no poder na Faixa de Gaza, e a missão no Mar Vermelho, onde a insegurança da navegação comercial se agravou devido a ataques dos rebeldes Huthis do Iémen.

No dia em que os chefes da diplomacia europeia se reúnem, o chefe da diplomacia israelita, Israel Katz, é esperado hoje de manhã em Bruxelas, enquanto à tarde será a vez do seu homólogo palestiniano, Riyad al-Maliki.

Não está prevista uma reunião entre ambos, de acordo com fontes europeias, sendo que o foco destes encontros será a situação na Faixa de Gaza e na Cisjordânia e a questão dos reféns.

Também para hoje, estão previstas reuniões em Bruxelas com outros governantes da região durante o almoço, como com os ministros da tutela egípcio, Sameh Shoukry, o saudita, Faisal bin Farhane, e o jordano, Ayman Safadi, bem como com o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit.

Ainda para hoje se prevê a adoção de um pacote de sanções contra o grupo islamita Hamas, considerado como terrorista pela UE.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas foi intensificado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro de 2023.

Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.

Os ataques israelitas sobre a Faixa de Gaza fizeram, desde então, cerca de 25 mil mortos e mais de 60 mil feridos, segundo as autoridades do enclave palestiniano.

A União Europeia, tal como os Estados Unidos, tem-se pronunciado repetidamente a favor de uma solução baseada na existência de dois Estados para estabilizar a região e restabelecer a paz.

Ainda hoje, a diplomacia comunitária espera reunir apoio dos 27 Estados-membros para dar passos para uma missão no Mar Vermelho que poderia ajudar a repelir os ataques dos rebeldes huthis iemenitas ao comércio internacional, numa altura de tensões.

Para que essa missão avance, seria necessário tratar de etapas relativas ao mandato e ao plano militar da missão, à necessidade de participação do Comité Militar da UE e ao adiamento do lançamento para fevereiro, segundo fontes comunitárias.

A ideia seria tornar de âmbito europeu a operação conjunta da Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Itália, Noruega, Países Baixos e Portugal, com comandos e fundos da UE, que existe desde 2020 no Estreito de Ormuz e no Golfo de Omã para proteger a navegação internacional.

Esta discussão surge no contexto de tensões no Mar Vermelho, onde os combatentes huthis iemenitas estão a atacar embarcações da Marinha Mercante em retaliação pela guerra de Israel em Gaza.