Detidas 68 pessoas que tentaram ocupar um centro de saúde no Equador
A polícia equatoriana prendeu hoje 68 pessoas que supostamente pretendiam assumir o controle de um centro de saúde na província costeira de Guayas, para proteger um ferido do grupo que entrou nas instalações nas primeiras horas da manhã. "Neutralizámos supostos terroristas, que tentavam tomar as instalações de uma casa de saúde em Yaguachi, Guayas, para proteger um membro da sua organização, o mesmo que foi internado como ferido nas primeiras horas da manhã", disse a polícia nas redes sociais.
Na publicação, a polícia divulgou um vídeo em que são vistos cerca de 20 homens, de roupa interior, caídos no chão com as mãos atrás da cabeça. Noutra imagem é possível ver como os homens, com as mãos amarradas nas costas, embarcam num autocarro vigiado pelas autoridades. A polícia indicou em comunicado que a pessoa ferida internada de madrugada no centro de saúde morreu devido à gravidade dos ferimentos. Segundo as autoridades, o grupo invadiu, nas proximidades do hospital, um suposto "centro de reabilitação de dependências", local onde os envolvidos neste incidente se teriam escondido. Dentro das instalações, os polícias prenderam 68 pessoas, supostamente ligadas ao ocorrido e, além disso, foram encontradas armas de fogo, munições, rádios, câmaras de vigilância, uma motocicleta denunciada como roubada e substâncias inventariadas sujeitas a controle.
O comandante interino da Zona 5, Julio Camacho, afirmou que o local funcionava como centro de comando de operações ilícitas e também era mantido como bordel clandestino com adolescentes. "Todas as provas e os detidos foram levados ao conhecimento do Ministério Público para o procedimento correspondente", acrescentou.
A operação ocorreu num momento em que vigora o estado de emergência no Equador, com toque de recolher noturno, bem como a declaração de conflito armado interno contra grupos do crime organizado.
Na semana passada houve uma onda de ataques e ações violentas atribuídas a esses grupos, que incluíram sequestros de agentes policiais, assassinatos, artefactos explosivos, incêndio de veículos, tumultos em prisões com 200 reféns (já libertados) e a tomada de controle de um canal de televisão por parte de 13 homens encapuzados e armados, agora detidos. O Presidente do Equador, Daniel Noboa, identificou os gangues do crime organizado como grupos terroristas e atores beligerantes não estatais a serem neutralizados pelas Forças Armadas, que agora são responsáveis pela segurança do país. Esta crise começou com a fuga da prisão de Adolfo Macías 'Fito', líder do grupo criminoso Los Choneros, antes de ser transferido e isolado numa prisão de segurança máxima.