O BE "não tem medo, nem vai dar descanso aos poderosos"
Mariana Mortágua, líder nacional do Bloco de Esquerda, marcou presença no encerramento da X Convenção da estrutura regional da Madeira, apontando baterias às lutas eleitorais que se avizinham, nomeadamente nos Açores a 4 de Fevereiro e no País a 10 de Março, mas tendo os recentes resultados nas legislativas regionais de 24 de Setembro do ano passado, que resultaram no regresso da representação parlamentar bloquista.
"Foi aqui que começou o crescimento do Bloco de Esquerda", disse, um partido que "lutou e se reinventou uma e outra vez, não deu trégua aos poderes", acrescentou. E exemplo disso é que "cada vez que Miguel Albuquerque abria mais uma garrafa de champanhe a celebrar o crescimento do turismo e da economia, o Bloco de Esquerda não deixou de relembrar a precariedade laboral e a pobreza, e lutou pela igualdade e pelos direitos dos madeirenses", afiançou.
Advogando que é preciso reforçar a luta contra o crescimento do conservadorismo, Mariana Mortágua diz-se orgulhosa de os militantes nunca virarem a cara à luta. Elogiou, em particular, Dina Letra, reeleita para a coordenação regional, a cara de um trabalho colectivo que resultou em eleições que deram o regresso ao parlamento da Madeira, mas também a Roberto Almada, que é a voz que apresenta propostas cumprindo as promessas feitas aos eleitores.
"Sem truques, aqui não há jogo, o Bloco diz sempre ao que vem, o que nem todos podem fazer", atirou ainda, defendendo "clareza e transparência", Mariana Mortágua defende que cada candidato tem que se apresentar com as suas propostas, e não se apresentar sem clareza, como aconteceu nas últimas eleições regionais, que é um exemplo porque todos devem dizer o que vão fazer no dia seguinte às eleições.
E disse ainda que "a direita perdeu a maioria absoluta, mas o PAN devolveu-lhe essa maioria, traindo os seus eleitores", criticou, passando ao ataque ao que será o alvo da campanha nestas próximas legislativas. Disse que "foi a capitulação completa do PAN" ao ter aceite as medidas que estavam no programa da direita. "Já nada comove aquele partido que se dizia da natureza, já nem os animais lhes dizem nada", lamentou. "Querem saber o que é uma fraude política? Olhem para o PAN na Madeira e nos Açores".
Por todas as razões apontadas, a líder bloquista disse que olhar para a Madeira são razões para ver o que se avizinha. "Se o PS foi uma desgraça", à direita mais desgraça será, acredita, apontando a estes partidos que não falam dos poderosos ou se calam, nunca enfrentam os poderosos porque recebem dinheiro desses milionários.
"O Bloco não tem medo, nem vai dar descanso aos poderosos", garantiu. "Queremos força para lutar pelas pessoas, não por lugares", atirou ainda, dizendo ainda que o que conta é baixar as rendas e dos preços das casas, porque a Madeira não precisa de mais hotéis mas de casas para as pessoas viverem. O que conta é colocar uma moratória às construções de novas casas. O que conta é aumentar o salário mínimo para 950 euros na Madeira já em 2024. O que conta é impor tetos salariais às administrações. Aumentar a contratação colectiva, garantir descanso para quem trabalha por turnos, propostas que são soluções para Portugal deixar de perder gente, para que mais ninguém tenha de emigrar porque tem de fazer, não porque quer, concluiu.