Abstenção, Cafôfo e a ‘doença’ dos madeirenses
É inaceitável que alguém se desloque ao hospital de madrugada para se queixar de uma tosse de três semanas
1. Daqui a um mês e meio vamos ser chamados às urnas, seis meses após termos ido votar para a Assembleia Legislativa da Madeira. Em Junho regressamos para as Europeias. Esperemos que a abstenção não seja novamente a grande vencedora de nenhum acto eleitoral, mas isso será quase um milagre, porque a população está fatigada e, pior, desacreditada da mensagem transmitida pelos partidos e seus líderes. Porque sistematicamente os que pertencem ao arco da governação prometem uma coisa e fazem outra, dando todos os trunfos para que os extremismos e populismos aumentem assustadoramente a sua influência na sociedade. Veja-se a situação em que o País está mergulhado. António Costa e o PS desbarataram uma maioria absoluta que não voltará a acontecer. O primeiro-ministro pôs-se a jeito para que este desfecho fosse inevitável. As contas certas não salvam o PS do juízo crítico e pelo facto de ter tido a ‘faca e o queijo na mão’ como há muito não acontecia. Que fará o PS com esta pesada herança, num País com graves assimetrias sociais e com a larguíssima malha da sua população a não ganhar para as despesas do dia-a-dia? Que fará o PSD, misturado numa aliança disforme e sem chama? É que a tão pouco tempo das eleições ainda não conseguimos apreender um conjunto completo de ideias novas da boca de Luís Montenegro. As sondagens, com todos os pontos de interrogação pelo meio, dão a resposta do eleitorado, que não é simpática para quem quer ser poder.