ONU condena novos ataques russos contra civis
A coordenadora humanitária da ONU na Ucrânia condenou hoje os novos bombardeamentos das forças russas a Kiev e Kharkiv e recordou a Moscovo que os ataques indiscriminados contra civis são proibidos pelo Direito internacional.
"Pelo terceiro dia consecutivo, os ataques aéreos russos em grande escala mataram pessoas, incluindo crianças, e danificaram casas e outras infraestruturas civis", afirmou Denise Brown num comunicado.
"As Nações Unidas recordam mais uma vez à Rússia que os ataques indiscriminados e os bombardeamentos de civis e de infraestruturas civis são estritamente proibidos pelo direito humanitário internacional", sublinhou.
Brown referiu que esta última série de ataques também deixou muitas zonas da capital ucraniana, Kiev, sem eletricidade e sem abastecimento de água, quando se prevê que as temperaturas atinjam os 20 graus negativos esta semana.
"Em nome da comunidade humanitária, reafirmo mais uma vez o nosso compromisso de continuar a apoiar o povo da Ucrânia, que está a sofrer com a destruição causada pela invasão russa", disse, acrescentando: "Os meus pensamentos estão com as famílias e amigos dos mortos e feridos".
Os ataques russos foram denunciados pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que os classificou como "uma campanha de terror".
"Este ano, continuaremos a trabalhar com todas as pessoas em todo o mundo que valorizam a vida para reforçar o nosso escudo aéreo e responsabilizar a Rússia por tudo o que fez. O Estado terrorista deve sentir as repercussões das suas ações", referiu Zelensky, numa mensagem publicada na rede social X.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, apelou aos parceiros internacionais para que acelerem a entrega de armas à Ucrânia, na sequência do aumento dos ataques russos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.