Três prognósticos antes do dérbi
Vamos lá mostrar ao País que temos futebol e gestos de primeira
Boa noite!
Domingo há dérbi, no novo ‘caldeirão’, mas como nos velhos tempos. E ao contrário dos que fazem prognósticos só no fim do jogo, arrisco três possibilidades, embora em nenhuma envolva resultados e marcadores.
1. Mais do que a previsível lotação esgotada, o que é admirável para um jogo de II Liga, espera-se um estádio cheio de gente que vibre com o futebol, que tenha ‘fair play’ e que seja racional. Será pedir muito? Talvez, mas as circunstâncias obrigam a que maritimistas e nacionalistas mostrem ao País que merecem estar na primeira. Dentro de campo, pela capacidade de cumprir regras, desempenhar estratégias e de concretizar golos. Fora das quatro linhas pela postura cívica, pela linguagem serena e pela sã convivência. Se cada adepto puxar pelos seus sem ofender o adversário não haverá derrotados.
2. Neste contexto admito ver dirigentes dos dois clubes na tribuna presidencial do clube anfitrião. É assim no mundo civilizado. Nunca é tarde para enterrar divergências históricas ou para superar as normais visões distintas sobre o mesmo fenómeno. A paixão clubística não deve cegar quem tem responsabilidade acrescidas na gestão de cada emblema, nem incendiar domínios que se tornam incontroláveis. Uns e outros têm tudo a ganhar se forem mais inteligentes do que espertos.
3. Seja qual for o resultado, o Nacional continuará mais perto dos da frente e em vantagem pontual sobre o rival. Contudo, se o Marítimo não quiser ver fugir a concorrência está obrigado a ganhar. Até porque numa época em que pontua mais fora do que em casa também precisa de exorcizar a pressão que muitas vezes tem dado cabo da lucidez de quem devia jogar bem mais e melhor perante os seus. Também por isso o dérbi será intenso.
Que ganhe o melhor, que o árbitro não seja notícia e que depois do jogo não haja insultos. A este nível, os prognósticos ficam de lado. São desejos de um madeirense, que tal como todos os outros que pagam impostos na Região, gosta de ver o dinheiro bem empregue.