O Papa Francisco e a sombra da possível renúncia
Perto de chegar ao 11.º ano à frente da Igreja Católica, o Papa Francisco, líder carismático da Igreja Católica, surpreendeu o mundo ao cogitar a possibilidade de renunciar ao papado durante uma rara declaração fora do ambiente cerimonial do Vaticano. Durante uma entrevista no programa italiano “Che Tempo Che Fa”, transmitido no domingo (14 de Janeiro), o pontífice admitiu que a renúncia “é uma possibilidade aberta”. Embora tenha assegurado que essa ideia não está no centro de seus pensamentos no momento, a mera menção desse cenário levanta questões sobre o futuro do papado.
Aos 87 anos, o Papa Francisco completou uma década à frente da Igreja Católica em 2023, marcando um período agitado. Participou de um sínodo, realizou cinco viagens durante o ano e enfrentou desafios relacionados à saúde. Quando questionado sobre seu estado, respondeu com bom humor, afirmando que ainda está vivo. Esses eventos, somados à idade avançada do Papa, aumentam especulações sobre a possibilidade de uma demissão.
Neste contexto, é fundamental recordar que a última renúncia papal ocorreu em 2013, quando o Papa Bento XVI surpreendeu o mundo ao renunciar, sendo o primeiro a fazê-lo em quase 600 anos. Bento XVI alegou falta de força física e mental para continuar à frente da Igreja Católica, dedicando-se à vida contemplativa até à sua morte, em 2022.
A declaração de Francisco, no entanto, parece longe de ser uma decisão iminente. O Papa sublinhou que a renúncia não é um pensamento, preocupação ou desejo presente, mas sim uma possibilidade aberta a todos os Papas. Ele enfatizou que, enquanto estiver disposto a servir, permanecerá no cargo.
A liderança de Francisco tem sido marcada pelo diálogo inter-religioso, pelo combate à pedofilia na Igreja, pela defesa do meio ambiente e pelo envolvimento em questões sociais como a imigração e a pobreza. Sua possível saída levanta questões sobre o futuro da Igreja Católica e quem poderia sucedê-lo, dada a influência e o estilo único que o Papa Francisco trouxe ao papado.
As especulações sobre a renúncia do Papa Francisco estão intrinsecamente ligadas à sua saúde, vontade e capacidade de continuar a liderar a Igreja Católica. Embora o pontífice sustente que a renúncia não está no foco de seus pensamentos no momento, o mundo continua atento aos desenvolvimentos que podem moldar o futuro da Igreja nos próximos anos.
Quem poderia substituí-lo na Catedral?
Alguns dos cardeais são mencionados como possíveis candidatos ao papado, e entre eles está o cardeal Pietro Parolin (Itália), actual secretário de Estado do Vaticano, que é considerado um diplomata habilidoso e tem experiência em lidar com questões complexas dentro e fora da Igreja.
O Cardeal Marc Ouellet (Canadá) é o prefeito da Congregação para os Bispos, conhecido pela sua erudição teológica e experiência administrativa.
O cardeal Christoph Schönborn (Áustria) é o actual arcebispo de Viena. Teólogo e líder carismático conhecido por suas posições moderadas e abertura ao diálogo, enquanto o cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas) é o ex-arcebispo de Manila e tem uma abordagem centrada em questões sociais. Putro recorda sempre, especialmente neste momento, o Cardeal Peter Turkson (do Gana) que preside ao Pontifício Conselho Justiça e Paz, tendo-se distinguido nas questões sociais, especialmente as relacionadas com a justiça e a paz.
É importante notar que a escolha do Papa é influenciada por uma variedade de factores, incluindo o contexto global da Igreja Católica, as necessidades percebidas da Igreja naquele momento específico e, claro, a orientação do Espírito Santo, de acordo com a crença católica.
Gregório José