Regresso progressivo de internet e telefone a Gaza após uma semana de corte nas comunicações
O operador palestiniano Paltel anunciou hoje "o regresso progressivo das telecomunicações em diversos setores da Faixa de Gaza", após uma semana de 'apagão', o mais longo desde o início da guerra.
A Faixa de Gaza esteve submetida a um corte quase total de internet e telefone durante uma semana, a mais longa interrupção desde o início da guerra em 07 de outubro entre o Exército israelita e o movimento palestiniano Hamas e a posterior invasão terrestre do enclave pelas forças judaicas.
A retoma das comunicações foi de seguida confirmada pelo Ministério das Telecomunicações do Hamas, no poder em Gaza desde 2007.
Antes deste anúncio, o organismo de vigilância da rede NetBlocks, tinha indicado que esta situação foi "a mais longa" desde o início do mais recente conflito israelo-palestiniano.
Estes cortes impedem os habitantes de Gaza de "acesso a informações vitais ou de chamar os primeiros socorros, e perturbam outras formas de resposta humanitária", lamentou previamente o Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).
As comunicações foram interrompidas por diversas vezes desde 07 de outubro, quando Israel iniciou os ininterruptos bombardeamentos no enclave controlado pelo movimento islamita Hamas. Esses cortes impedem os 2,3 milhões de habitantes de qualquer contacto com o exterior.
O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.
Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas cerca de 25.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas mais de 60.000, também maioritariamente civis.
A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
Desde 07 de outubro, pelo menos 365 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado 5.600 detenções e mais de 3.000 feridos.