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Realidade vivida pelos madeirenses contraria a propaganda do Regime

Os madeirenses vivem numa realidade concreta e não na realidade paralela promovida nos teatros da propaganda do Regime laranja, no paraíso do crescimento económico e, muito menos, nos cenários dos recordes de receitas divulgados, todos os dias, pelos diversos setores da nossa economia.

A criação de riqueza é fundamental para a construção de uma Região sustentável, competitiva e inclusiva, mas não pode estar desenhada num único sentido e continuar limitada aos mesmos de sempre, afastando os trabalhadores de uma melhor e mais justa redistribuição desses proveitos que são também fruto do seu esforço, dedicação e produtividade.

Urge assumir na Madeira um conjunto de compromissos sociais e implementar políticas efetivas que ajudem a promover a melhoria dos salários e das condições laborais, desenvolvendo também os mecanismos legais que promovam a conciliação da vida profissional com a vida pessoal, garantindo a valorização e a dignificação do trabalho.

Apesar de o Governo Regional apresentar e apregoar o maior Orçamento Regional de sempre, no valor de 2.238 milhões de euros, é preocupante que, quer o Orçamento, quer o Plano e o Programa de Investimentos para 2024, continuem sem apresentar medidas políticas estruturantes definidoras de uma linha estratégica que ajude a inverter esta tendência da desigualdade e da exclusão e a trazer outra esperança para o futuro.

A Autonomia não pode continuar a ser utilizada como arma de arremesso político contra a República nem como lenha para alimentar um contencioso com objetivos meramente partidários. A Autonomia concede à Região a possibilidade de reduzir os seus impostos até ao diferencial máximo de 30% no IVA e em todos os escalões do IRS. Todavia, o Governo Regional do PSD/CDS/PAN, por opção política, não a coloca ao serviço dos reais interesses da Madeira, como seria exigível para garantir o aumento do poder de compra e a melhoria da qualidade de vida dos madeirenses. Apesar de ter as competências e as condições financeiras, recusa-se a reduzir a carga fiscal, preparando-se, inclusive, para empreender mais um rombo nos bolsos de cada um de nós. Depois de, em 2023, ter ido buscar mais de 1.000 milhões de euros, em 2024, o Executivo já prevê retirar 1.224 mil milhões de euros de impostos.

As populações estão cansadas dos discursos de demagogia e das análises sociológicas seletivas proferidas por quem nos está a governar, naquele tom, estilo e argumentação de como se não estivesse no poder, há quase 50 anos, a exercer as funções governativas com estabilidade política, financeira e social.

O Governo Regional é o principal responsável por este modelo de desenvolvimento que não tem sido capaz de travar o aumento do fosso entre ricos e pobres e que, antes pelo contrário, continua a causar o empobrecimento da população madeirense e a destruição da classe média, que sobrevive com cada vez menos poder de compra.