Autoridades venezuelanas investigam quase 400 pessoas por alegado desfalque a petrolífera
As autoridades disseram na quarta-feira que cerca de 400 pessoas vão ser investigadas por alegado envolvimento num desfalque de 431,3 milhões de euros à Citgo Petroleum Corporation, filial da estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA) nos EUA.
O anúncio foi feito pelo vice-presidente da Assembleia Nacional (com maioria do Governo), Pedro Infante, durante a criação de uma "comissão especial" para investigar a alegada participação dos partidos da oposição e de antigos deputados da legislatura de 2015-2020 "no maior roubo feito na história da Venezuela", que envolve 470 milhões de dólares (431,3 milhões de euros).
"Esta investigação tem por base várias leis. Em primeiro lugar, a Constituição, depois a lei contra a criminalidade organizada e o financiamento do terrorismo, mas depois há a novíssima lei de proteção de bens, direitos e interesses da República e das suas entidades no estrangeiro, que aprovámos no ano passado", explicou.
A comissão pretende ainda fazer aplicar a lei orgânica de extinção de propriedade, um instrumento legal que prevê que o Estado identifique, localize e recupere bens derivados de atividades ilícitas.
Além de determinar as responsabilidades, a investigação vai ainda analisar a constituição de juntas de direção temporárias, entre 2019 e 2022, durante o período em que o político opositor Juan Guaidó se proclamou presidente interino do país, como parte de uma estratégia da oposição para afastar o Presidente Nicolás Maduro do poder e convocar eleições livres na Venezuela.
Sob investigação vai estar ainda a origem dos recursos usados para financiar as campanhas de políticos da oposição.
Segundo a imprensa local, vão ser investigados conhecidos políticos venezuelanos, incluindo Jhon Goicochea, Elías Mata, Ramos Allup e José Ignacio Hernández.
A investigação chega também a importantes partidos políticos opositores, como o Primeiro Justiça, Um Novo Tempo, Vontade Popular e Ação Democrática.