Defender a Autonomia – Proteger o Estado Social
Nas próximas eleições de 10 de março está verdadeiramente em causa o nosso regime democrático. Está em causa o nosso Estado Social, que significa um serviço de saúde público para todas e todos. Uma escola pública que não discrimina ninguém, que trata todos por igual. A garantia de aumentos de salários, não sucumbindo aos interesses exclusivos do patronato. A garantia de previdência social, a garantia que todos os nossos reformados recebem a sua pensão, pela qual trabalharam toda uma vida.
O PSD acaba de apresentar os seus “sábios” para a economia, que pretendem elaborar as medidas para o seu programa eleitoral. Entre alguma vergonha na forma como saiu nas notícias, consegue-se saber que o objetivo do PSD é privatizar a saúde, a educação e transformar a segurança social num sistema de capitalização, ou seja, não garantindo a solidariedade intergeracional que neste momento é garantida nas pensões de reforma, deixando de ser obrigatório os descontos dos trabalhadores, e pondo em causa as pensões dos atuais reformados. Isto não é teoria. É o programa económico do PSD. O Estado Social está em risco.
Sabemos bem que ao longo destes últimos anos tem crescido a frustração em alguns setores da sociedade, pelo facto do Governo da República não ter concretizado determinadas medidas. Concordo inteiramente com muitas das reivindicações, nomeadamente a reposição do tempo da carreira dos professores, ou no caso mais recente das nossas forças de segurança. O PS não fez tudo bem, no entanto continua a ser o único partido que garante aumentos salariais, que garante aumento das pensões, que garante valorização de carreiras, que garante um contínuo reforço dos direitos dos trabalhadores, como foi prova a Agenda do Trabalho Digno.
Está em causa duas visões completamente distintas da nossa sociedade. Não quero que o nosso País se torne num “faroeste”. É esse o risco se um governo PSD-Chega chegasse ao poder. Entre o ultra-liberalismo do PSD de Luís Montenegro, e as alucinações de André Ventura, tudo os que os portugueses hoje dão como adquirido em termos da sua qualidade de vida e bem estar, poderá estar em risco. Os madeirenses lembram-se bem dos cortes nos salários e nas reformas no último governo PSD-CDS.
Na nossa Região, temos uma responsabilidade adicional. A defesa intransigente da Autonomia, e o seu aprofundamento, com propostas responsáveis e sustentáveis.
Jamais poderá voltar a acontecer o que nesta legislatura foi uma autêntica humilhação para a Autonomia, quando o PSD propôs em sede de revisão constitucional a substituição do Representante da República por um Mandatário da República. Intolerável. Este partido tanto tem a autonomia na boca, mas na primeira oportunidade não tem pejo em a arrastar pelo lodo político.
O PS Madeira terá no Paulo Cafôfo, com a sua experiência política e governativa, em particular como Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, alguém em quem podem confiar na defesa da Região Autónoma da Madeira. Os madeirenses e porto-santenses conhecem-no, com todas as suas qualidades e defeitos.
O Paulo Cafôfo decidiu abraçar a missão de se candidatar à Assembleia da República num momento difícil e complexo, dando a cara pelo partido, pelos seus militantes e apoiantes. Não tem medo de eleições. Candidata-se por uma causa, a causa da sua vida. A Madeira.