Carta
A política deve estar ao serviço dos cidadãos. Quando se perde este foco perde-se o sentido e a principal razão da existência das forças partidárias. Se há algo que sobressai do último congresso do Partido Socialista da Madeira é que esta estrutura tem perdido a identidade, resumindo-se à figura de um homem só, onde aqueles que de alguma forma sobressaem pela sua atuação e liberdade de expressão são afastados. O clima de paz podre constatou-se ainda no decorrer do Congresso, com Carlos Pereira, um dos que foram afastados, a cumprimentar Pedro Nuno Santos e a recolher a mão perante Paulo Cafôfo, quando os dois dirigentes partidários se deslocaram à primeira fila para convidar os presentes. Mas também através das reações tornadas públicas nos últimos dias por militantes e antigos dirigentes. A fronteira entre Cafôfo e o PS é hoje muito ténue, com toda a filosofia do partido moldada à sua pessoa, havendo apenas espaço para aqueles que demonstram a sua veneração. E quando o partido não servir os interesses de Cafôfo, o que restará dele?
António Rodrigues