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Jornalista do Expresso apresentou queixa na PSP por agressão em evento na Católica com o Chega

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O jornalista do Expresso que disse ter sido agredido na terça-feira num evento na Universidade Católica, no qual participou o líder do Chega, já apresentou queixa na Polícia de Segurança Pública (PSP), disse à Lusa o diretor do jornal.

João Vieira Pereira, diretor do Expresso, afirmou à Lusa que tal queixa foi entregue hoje na PSP.

Na terça-feira, o jornalista afirmou ter sido agredido num evento que contou com a presença do líder do Chega, André Ventura, na Universidade Católica, mas a organização negou, admitindo apenas que o profissional "foi removido" da sala.

A alegada agressão terá ocorrido num evento organizado pela Associação Académica do Instituto de Estudos Políticos e pela Associação Académica de Direito, da Universidade Católica Portuguesa, intitulado "Conversas Parlamentares", no qual participou o presidente do Chega, no âmbito de um ciclo de palestras para o qual foram convidados vários líderes partidários.

A convocatória feita pelo Chega para o evento, na véspera (segunda-feira dia 15), limitava apenas a entrada no auditório aos repórteres de imagem ("câmaras"), sem contudo fazer referências à presença de outros jornalistas.

À Lusa, João Dias, presidente da Associação Académica do Instituto de Estudos Políticos, um dos responsáveis pelo evento, afirmou na terça-feira que a palestra era "fechada à comunicação social".

Segundo notícia divulgada pelo Expresso, o jornalista alega que a sua entrada na sala onde estava André Ventura "foi autorizada por duas jovens junto à porta principal do auditório".

De acordo com o relato publicado pelo semanário, após ter sido abordado algumas vezes pela organização do evento para sair do auditório, "dois dos jovens prenderam os seus movimentos, agarrando-o pelos pés e pelos braços, forçando a sua saída do evento -- deixando todo o equipamento de trabalho na sala, incluindo o computador profissional", que foi devolvido "após intervenção de um dos assessores de André Ventura".

Segundo o semanário, o jornalista terá também sido abordado "de forma agressiva" pelo segurança pessoal de André Ventura.

Pelas associações, o responsável João Dias negou a existência de qualquer agressão e disse que o jornalista "foi removido" do auditório depois de ter sido abordado "cinco vezes" por membros da organização para que se saísse da sala.

Hoje, o Chega negou responsabilidades na entrada e expulsão do jornalista do Expresso, remetendo-as implicitamente para os organizadores.

Os líderes da IL e do PAN já participaram neste evento, e, em ambas as ocasiões, os dois partidos comunicaram previamente à imprensa que não era permitida a presença de comunicação social no evento, mostrando-se disponíveis para fazer declarações à chegada.

A direção do Expresso já repudiou "qualquer forma de coação e constrangimento ao trabalho jornalístico", afirmando que "tomará as devidas ações, de forma a apurar responsabilidades e impedir que atos deste tipo voltem a acontecer", manifestando "inequívoco apoio ao seu jornalista, que foi impedido de realizar o seu trabalho livremente".