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Juiz averte Trump por perturbar julgamento onde é acusado de difamação

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O ex-Presidente dos EUA Donald Trump foi hoje advertido pelo juiz do seu julgamento por difamação da escritora E. Jean Carroll por perturbar a audiência em tribunal.

O advogado de Carroll, Shawn Crowley, disse ao juiz Lewis A. Kaplan que Trump estava a ser ouvido a "dizer em voz alta coisas que são falsas", enquanto estava sentado na mesa dos advogados de defesa.

Segundo Crowley, entre os comentários, Trump disse que a colunista da revista Elle estava mentir sobre a acusação de abuso sexual contra o ex-Presidente, tendo "recuperado subitamente a sua memória".

Crowley alegou que, se os advogados de Carroll conseguiam ouvir Trump de onde estavam sentados, a cerca de 3,7 metros, os jurados também poderiam ser capazes de o ouvir.

"Só vou pedir que o Sr. Trump tome cuidado especial para manter a voz baixa ao conversar com os advogados para garantir que o júri não o ouça", determinou o juiz.

Posteriormente, Kaplan advertiu Trump de que poderia ser expulso da sala do tribunal se fizesse comentários perturbadores durante o depoimento de Carroll.

"Trump tem o direito de estar presente aqui (mas) esse direito pode ser perdido se for perturbador. E se você ignorar as ordens judiciais, senhor Trump, espero não ter que considerar excluí-lo do julgamento", disse Kaplan.

Segundo os jornalistas presentes na sala, Trump respondeu que "adoraria" ser excluído do julgamento.

Antes -- ainda antes da presença do júri em tribunal - Trump foi visto a bater com a mão na mesa dos advogados de defesa quando o juiz recusou novamente o pedido do seu advogado para que o julgamento fosse suspenso na quinta-feira para que pudesse comparecer ao funeral da sua sogra na Florida.

Carroll, 80 anos, foi a primeira testemunha de um julgamento no tribunal federal de Manhattan, Nova Iorque, para determinar a indemnização, se houver, que Trump lhe deve por comentários que fez enquanto era Presidente em junho de 2019, quando negou veementemente que a conhecia, difamando-a e prejudicando a sua reputação.

No ano passado, um júri determinou que Trump abusou sexualmente dela em 1996 e a difamou quando fez diversas acusações negando que a conhecesse, em outubro de 2022.

A escritora acusa Trump de continuar a prejudicar a sua boa imagem, referindo-se a comentários do ex-Presidente e agora candidato presidencial nas redes sociais, alegando que a sua retórica tem inspirado atitudes hostis de estranhos contra a sua pessoa.

"Ele mentiu no mês passado. Ele mentiu no domingo. Ele mentiu ontem. E estou aqui para recuperar a minha reputação", disse Carroll, referindo uma mensagem de Trump nas redes sociais onde o ex-Presidente a acusava de ser uma fraude.

"Estou aqui porque Donald Trump me agrediu e quando escrevi sobre isso, ele disse que isso nunca aconteceu. Ele mentiu e danificou a minha reputação", disse a escritora.

Trump tem usado as redes sociais para dizer que o caso não passa de um conjunto de "mentiras fabricadas", sustentadas por uma agenda pessoal e política da escritora.

"Eu sou o único prejudicado por esta tentativa de extorsão", explicou Trump na rede social Truth Social.