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Washington optimista sobre novo acordo para libertação de reféns em Gaza

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Os Estados Unidos estão otimistas sobre a possível conclusão de um novo acordo para a libertação de reféns na Faixa de Gaza e pretendem aumentar a ajuda ao enclave, adiantou hoje um dos porta-vozes da Casa Branca.

"Estamos otimistas quanto a um resultado positivo e rápido", sublinhou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, um órgão que reporta diretamente ao Presidente dos EUA.

Cerca de 250 pessoas foram feitas reféns durante um ataque sem precedentes perpetrado pelo movimento islamita palestiniano Hamas, em 07 de outubro, no sul de Israel, que causou cerca de 1.140 mortos, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas.

Mais de 130 pessoas ainda estão detidas em Gaza, das quais se acredita que pelo menos 25 tenham sido mortas, segundo as autoridades israelitas.

Cerca de uma centena de reféns foram libertados durante uma trégua no final de novembro, negociada através do Qatar, com a intensa participação de emissários norte-americanos.

O Hamas, classificado como organização terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia, revelou esta segunda-feira a morte de dois reféns israelitas, um destes com nacionalidade portuguesa, transmitindo um vídeo surge uma jovem, também refém e visivelmente sob pressão, a anunciar as mortes.

Além da eliminação do Hamas, o regresso dos reféns é um dos objetivos traçados pelo Governo israelita para a guerra travada na Faixa de Gaza.

John Kirby também anunciou hoje que os Estados Unidos pretendem aumentar a ajuda à Faixa de Gaza, aproveitando o anúncio, desta segunda-feira, por parte de Israel, de que irá reduzir a intensidade da guerra no norte do enclave.

"Estamos a preparar-nos para aumentar a assistência humanitária a quem dela necessita, bem como para ajudar a criar as condições para que a população regresse ao norte de Gaza", frisou o porta-voz da Casa Branca.

O enviado especial dos EUA para o conflito, David Satterfield, e o embaixador dos EUA em Israel, Jack Lew, reuniram-se hoje com altos funcionários do Governo israelita para discutir este assunto, acrescentou.

"Estamos a fazer estes preparativos porque acreditamos que as operações de menor intensidade dentro de Gaza deverão não só permitir uma redução nas vítimas civis, mas também uma distribuição mais fiável da ajuda no próximo período", apontou Kirby.

O porta-voz não adiantou mais detalhes sobre até que ponto Washington aumentará a ajuda a Gaza, que está a sofrer uma devastação sem precedentes naquela que é considerada a guerra mais mortal da história recente da região.

Em retaliação ao ataque do Hamas, os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza já mataram mais de 24 mil pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e fizeram mais de 60 mil feridos, também maioritariamente civis, segundo as autoridades do enclave palestiniano.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou na segunda-feira que a Faixa de Gaza tem quase 2 milhões de deslocados a viverem em condições de superlotação e em risco de fome, sublinhando que está a caminhar para a sua maior catástrofe humanitária, onde "a vida é um inferno".