A separação e o divórcio podem ser por amor
“O amor que sentimos pelos nossos filhos não tem qualquer valor em si mesmo, até que se converta em comportamentos de amor.” Falar disto é falar de divórcio consciente.
É um tema complexo que entrou na minha vida, há cerca de quatro anos. Primeiro como curiosidade, até porque tinha várias alunas, de neurolinguística e de parentalidade generativa, a questionar-me sobre o mesmo, sobretudo por causa do impacto nas crianças e no estigma que ainda existe para com uma mulher divorciada, depois passou ele próprio a ser tema de reflexão mais profunda. Seguiu-se o questionamento pessoal honesto, com a tomada de consciência dos vários tipos de separação: emocional (quando se mantém a estrutura familiar, as rotinas, as obrigações, mas do ponto de vista afetivo já não existe o casal) e formal (quando acontece a separação). Até ter-se materializado há mais de um ano, quando a coragem e o amor (que andam de mãos dadas), me permitiram dar o passo final para o divórcio. Fi-lo quando senti que afinal, ele também pode e deve ser por amor. Amor próprio, amor aos filhos (quando existem). Bem sei, parece um paradoxo, só que a maneira como vemos um problema, é muitas vezes, ela própria, o problema. Pode ser diferente. Quando, finalmente, aceitamos a realidade como ela é, abrem-se novas possibilidades e emergem soluções. E sim, a separação e divórcio pedem muita luz e consciência. O primeiro passo deve ser o de estar devidamente informado e em estado de recursos (internos). Quero por isso, partilhar um livro que li há pouco tempo, sobre a importância, a influência e o impacto da consciência no processo de divórcio. Chama-se: “Divórcio Consciente – Para aliar o direito à parentalidade”, da editora Crisântemo. É um guia, um auxilio precioso para ajudar a atravessar os vários momentos deste processo que pode ser longo e desafiante (pela sua natureza).