Líder das Mulheres Socialistas insurge-se contra ataque de Ventura à igualdade de género
A presidente das Mulheres Socialistas, Elza Pais, acusa o presidente do Chega, André Ventura, de defender uma sociedade sexista, discriminatória e fascista ao defender o fim dos subsídios às associações que promovem igualdade de género.
No sábado, durante o Congresso do Chega, em Viana do Castelo, André Ventura prometeu que, se chegar ao Governo, cortará todos os subsídios das associações que promovam "ideologias de género e a igualdade de género".
"Garanto-vos uma coisa, aquele dinheiro todo que damos para as ideologias de género e para promover a igualdade de género [...], vou pegar nesses milhões todos e vou dizer às associações: esqueçam, não vão receber um tostão", declarou.
Na reação a esta posição, numa nota enviada à agência Lusa, a dirigente socialista Elza Pais considerou que André Ventura disse "claramente ao que vem: Defende uma ideia bafienta, sexista e discriminatório de sociedade; defende uma sociedade fascista e medieval em que as mulheres não tenham direitos; defende que as mulheres fiquem em casa e sejam submissas, enquanto os homens ocupam o espaço público e estão no poder".
Para a presidente das Mulheres Socialistas, o Chega "quer acabar com todos os apoios para combater a violência doméstica e quer perpetuar a submissão das mulheres a um poder patriarcal que as agride, controla e humilha".
"Quer acabar com a proteção e a dignidade da pessoa humana, quer rasgar a Constituição e todos os tratados e convenções internacionais que Portugal subscreveu sobre Direitos Humanos, quer instalar a barbárie nas relações de intimidade tóxicas. Nós não queremos mais isso, não passarão", acrescenta a antiga secretária de Estado.