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Milhares manifestam-se em França pela "revogação total" de lei da imigração

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Milhares de opositores à lei da imigração saíram hoje à rua em Paris e noutras grandes cidades de França para exigir a sua "revogação total" e exercer "pressão" antes da decisão do Conselho Constitucional, a 25 de janeiro.

Na capital francesa, vários milhares de manifestantes -- 25.000, segundo os organizadores do protesto, e 7.700, segundo a polícia -- enfrentaram o frio ao som de instrumentos de percussão, num ambiente animado.

Muitos imigrantes sem documentos desfilaram na dianteira do cortejo.

"Exigimos a revogação pura e simples da lei. Viemos para França para trabalhar, não somos criminosos", disse a empregada doméstica reformada Mariama Sidibé, porta-voz do grupo de imigrantes sem documentos de Paris.

Mais de 400 grupos, associações, sindicatos e partidos políticos apelaram para protestos contra um texto que "retoma muitas ideias da extrema-direita".

"O ministro do Interior, Gérald Darmanin, diz-nos que o diploma será necessário para nos proteger da extrema-direita. Mas depois, para não termos Marine Le Pen (líder da extrema-direita francesa) no poder, ele aplica o programa de Marine Le Pen -- não faz sentido", indignou-se Marc Cecome, ex-mecânico dos transportes públicos, que se manifestou em Marselha, no sul de França, juntamente com cerca de 2.500 pessoas, segundo a autarquia.

Adotado a custo pelo parlamento a 19 de dezembro, o texto restringe o pagamento de prestações sociais aos estrangeiros, introduz quotas migratórias, põe em causa o caráter automático do direito de residência legal e restabelece um "crime de permanência ilegal".

Antes do anúncio da decisão do Conselho Constitucional, previsto para 25 de janeiro, foi apresentado um novo recurso contra a lei por mais de 200 figuras públicas francesas.