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Departamento de Justiça dos EUA pede pena de morte para supremacista branco

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O Departamento de Justiça dos EUA anunciou hoje a intenção de pedir a pena de morte no julgamento do supremacista branco responsável por um massacre que matou 10 afro-americanos em 2022 num supermercado em Buffalo, Nova Iorque.

É o primeiro caso em que é pedida a pena de morte na administração do presidente democrata Joe Biden, candidato à reeleição em novembro, e que se comprometeu durante a sua campanha de 2020 a trabalhar para abolir a pena capital a nível federal.

Payton Gendron, que tinha 18 anos na altura, foi condenado a prisão perpétua em fevereiro de 2023 pelos tribunais do estado de Nova Iorque, após se declarar culpado de homicídio por ódio racial e atos de terrorismo.

No processo federal por "crimes racistas", os procuradores manifestaram hoje a intenção de pedir a pena de morte, posição que justificaram pela natureza intencional e premeditada do crime, bem como pelas motivações raciais.

"A animosidade de Payton Gendron para com os negros desempenhou um papel nos assassinatos", referem, argumentando que o atirador escolheu o supermercado onde os crimes "para maximizar o número de vítimas negras".

Desde o início do mandato de Biden, o Departamento de Justiça só solicitou a pena de morte duas vezes, mas esses foram processos iniciados pelo seu antecessor republicano, Donald Trump.

Em maio de 2021, o seu ministro da Justiça, Merrick Garland, decretou uma moratória sobre as execuções federais, que são relativamente raras, em comparação com as realizadas pelos Estados.

Em 14 de maio de 2022, Payton Gendron entrou com uma arma semiautomática num supermercado na cidade de Buffalo, estado de Nova Iorque, e uma câmara através da qual transmitiu o massacre na 'internet'.

De acordo com documentos constantes do  processo, o jovem realizou patrulhas 'in loco' e delineou o plano num "manifesto" racista e conspiratório. O objetivo, escreveu o próprio, era "matar o maior número possível de negros".