Número de reclusos mortos durante motins nas prisões do Equador sobe para três
O número de reclusos que morreram durante os motins a decorrer simultaneamente em seis prisões do Equador subiu na sexta-feira para três, anunciou a agência penitenciária estatal, numa onda de violência atribuída ao crime organizado.
A mais recente morte foi registada na prisão de Cuenca, no sul do Equador, juntando-se a duas mortes nas prisões de Machala (sudoeste) e Azogues (centro), declarou o Serviço Nacional de Atenção Integral a Adultos Privados de Liberdade e Adolescentes Infratores (SNAI).
Na noite de quinta-feira, um grupo de reclusos de Machala lançou para fora das instalações um corpo sem vida, que foi recolhido pelas autoridades para investigação e para determinar a causa da morte, indicou o SNAI.
Também em Azogues o corpo de um outro recluso foi atirado do interior da prisão, avançou a agência penitenciária equatoriana.
Entretanto, os confrontos em Machala, na província de El Oro, na fronteira com o Peru, "foram controlados graças ao trabalho conjunto com as Forças Armadas", disse o SNAI
As Forças Armadas continuam no exterior da cadeia de Machala para resolver qualquer problema que surja, acrescentou o SNAI.
De acordo com a agência estatal, os motins estão ainda em curso, desde terça-feira, nas prisões das cidades de Loja, Azogues, Cuenca, Latacunga, Ambato e Esmeraldas.
Nessas prisões, há um total de 150 funcionários e guardas prisionais retidos pelos reclusos, depois de terem sido libertados oito deles, através de diversas diligências em que até a Igreja Católica interveio, como no caso de Esmeraldas, junto à fronteira com a Colômbia.
Os motins simultâneos nas prisões do Equador ocorreram no âmbito de um dia de terror e caos na terça-feira, atribuído a grupos de crime organizado, que incluiu ataques bombistas, o rapto e assassínio de polícias e um ataque armado a uma estação de televisão.
As Forças Armadas do Equador anunciaram na sexta-feira terem desmantelado nove "organizações terroristas" em 7.814 operações realizadas nos quatro dias anteriores.
No mais recente balanço, o exército disse que dois agentes da polícia morreram, assim como cinco suspeitos de terrorismo, e que deteve 859 pessoas, 94 das quais por alegado terrorismo.
O Comando Conjunto das Forças Armadas indicou que conseguiu recapturar 25 reclusos que fugiram das prisões onde ocorreram motins, assim como libertar 56 pessoas detidas por grupos de crime organizado.
A vaga de violência surgiu numa altura em que o Presidente Daniel Noboa se preparava para pôr em prática um plano para recuperar o controlo das prisões, dominadas por grupos criminosos.
O Equador está a ser devastado pela violência depois de se ter tornado o principal ponto de exportação da cocaína produzida nos vizinhos Peru e Colômbia.
O Governo declarou na terça-feira um "conflito armado interno" e classificou as quadrilhas de crime organizado como grupos terroristas e alvos militares.