Rússia pede reunião do Conselho de Segurança devido a ataques contra Huthis
A Rússia pediu para hoje uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, após ataques dos Estados Unidos e Reino Unido contra os rebeldes Huthis no Iémen, em retaliação pelas ofensivas contra navios no mar Vermelho.
Na plataforma de mensagens Telegram, a Missão Permanente da Rússia junto das Nações Unidas disse esta madrugada que "solicitou uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU para 12 de janeiro em relação aos ataques dos Estados Unidos e do Reino Unido no Iémen".
O Conselho de Segurança aprovou na quarta-feira uma resolução que exigia que os Huthis cessassem imediatamente os ataques e que condenou implicitamente o principal fornecedor de armas aos rebeldes, o Irão.
A resolução, apresentada pelos EUA e Japão, foi aprovada por 11 votos a favor, sem qualquer voto contra, e com quatro abstenções, da Rússia, China, Argélia e Moçambique.
Imediatamente antes da votação, o Conselho rejeitou por esmagadora maioria três propostas de alterações russas, uma das quais teria acrescentado linguagem para sublinhar que "a escalada em Gaza é a principal causa da atual situação no Mar Vermelho".
O embaixador russo junto da ONU, Vassily Nebenzia, disse acreditar que o verdadeiro objetivo da resolução é obter luz verde do Conselho de Segurança para legitimar as ações futuras da coligação criada pelos EUA e aliados.
Os militares dos EUA e do Reino Unido bombardearam na quinta-feira mais de uma dúzia de locais usados pelos Huthis no Iémen, usando mísseis Tomahawk e jatos de combate lançados por navios de guerra e submarinos.
O comando da Força Aérea dos EUA no Médio Oriente disse ter atingido mais de 60 alvos em 16 locais no Iémen, incluindo "bases de comando e controlo, depósitos de munições, sistemas de lançamento, instalações de produção e sistemas de radar de defesa aérea".
Os ataques aéreos atingiram a capital do Iémen, Sanaa, e outras cidades controladas pelos rebeldes apoiados pelo Irão, como Hodeida e Saada, disse hoje o canal de televisão Houthi Al-Massirah.
Numa declaração conjunta, os dez países envolvidos (EUA, Reino Unido, Austrália, Bahrein, Canadá, Países Baixos, Dinamarca, Alemanha, Nova Zelândia e Coreia do Sul) observaram que o objetivo continua a ser "reduzir as tensões e restaurar a estabilidade no Mar Vermelho".
"Não hesitaremos em defender vidas e proteger o livre fluxo do comércio numa das rotas marítimas mais críticas do mundo face às ameaças contínuas", afirmaram.
Em resposta, os Huthis lançaram hoje mísseis de cruzeiro e balísticos contra navios de guerra dos Estados Unidos e do Reino Unido no mar Vermelho, disse uma fonte dos rebeldes à agência de notícias espanhola Efe.
Desde 19 de novembro, os Huthis lançaram 27 ataques com 'drones' e mísseis contra navios comerciais, em retaliação pela guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza e tendo como alvo navios com ligação a Israel.